No mês de maio, a AFBNB deu início às atividades do seu Planejamento Participativo para os anos 2005/2007. Experiência inédita na entidade, o objetivo é promover discussões nas quais serão repensadas a Associação e suas ações prioritárias.
O Nossa Voz conversou com o facilitador do planejamento, o psicólogo Raul Monteiro, da ONG Círculo de Vivência Instituto de Consciência Global. Confira:
Nossa Voz: Qual é o diferencial do Planejamento Participativo? Raul: Normalmente, um planejamento é visto como uma técnica racional, fria, resumida a planos para um futuro distante – o que acabou lhe conferindo uma conotação de desgaste e descrença. É importante que os funcionários compreendam que é preciso decidir o que fazer agora para construir um futuro desejado. O diferencial da ONG é que pegamos a técnica e humanizamos. Antes das discussões, nós utilizamos dinâmicas vivenciais, como psicodrama e biodança, para facilitar aos participantes a absorção dos conteúdos.
Nossa Voz: Quais são as etapas iniciais do processo? Raul: Primeiro, os funcionários terão acesso, via e-mail, a alguns textos do professor Danilo Gandin, extraídos do livro “A Prática do Planejamento Participativo” [Editora Vozes, 1994]. Depois disso, serão definidos os marcos referenciais – situacional, político e operacional – para a AFBNB. Em outras palavras: os funcionários vão expressar sua visão pessoal da realidade coletiva, da utopia social e da utopia operacional. Tudo isso vai resumir quais os rumos que a base quer dar à Associação. Isto será feito por meio de um questionário, que será enviado aos funcionários por e-mail. É importante ressaltar que não é obrigatório responder todas as perguntas, apenas àquelas que eles se sentirem mobilizados a responder.
Nossa Voz: Após a definição dos marcos referenciais, qual é a terceira etapa? Raul: Será feita uma pesquisa avaliativa, também junto aos funcionários, para tentar aferir a realidade atual da AFBNB. Essa etapa é chamada de “diagnóstico e levantamento de necessidade”. Precisamos saber como nós estamos, para ver a que distância estamos de onde queremos chegar.
Nossa Voz: Tudo isso culminará em um seminário... Raul: Sim, um seminário no qual iremos construir um plano global de médio prazo da AFBNB. No evento, os funcionários vão definir os objetivos, políticas, estratégias, rever normas e ações permanentes da associação. Após a construção do planejamento, ele será disponibilizado aos associados.
Nossa Voz: E o como irão funcionar os planejamentos dos anos seguintes? Raul: O planejamento da AFBNB de 2005, por exemplo, será feito levando em consideração o plano global de médio prazo. Todo ano será feita uma revisão deste plano. Também é importante destacar que uma equipe de coordenação – formada por funcionários e diretores da AFBNB – está se capacitando na metodologia para garantir a sustentabilidade do processo. Nos próximos planejamentos, esta equipe estará apta a conduzir o processo com uma supervisão mínima, caso julguem necessário. |