A data base da categoria bancária é 1º de setembro. Ou seja, já não é novidade que o segundo semestre é marcado por mobilizações e greve. As negociações, que ocorrem ainda no primeiro semestre em alguns casos, quase sempre são infrutíferas devido à intolerância dos patrões - que só começam a ouvir os interlocutores da categoria quando o barulhinho das cédulas reduz o ritmo. Isso mesmo, apenas reduz, nunca silencia, sobretudo hoje com a internet banking e outros mecanismos que permitem acessar os serviços bancários de fora da agência.
Olhando com mais atenção, embora pareça igual, o cenário sempre é diferente: a cada ano novas pessoas se somam à greve, novas reflexões são feitas, trabalhadores acordam para a luta de classe e compreendem a importância da organização da categoria.
Mas temos de admitir que algumas práticas insistem em se tornar parte do script e uma delas é a postura de passividade que o comando de greve tem adotado, lamentavelmente, enfatize-se.
Da construção das minutas (geral e específicas) à condução das negociações, o que se ouve dos trabalhadores são relatos de decepção, descontentamento e insatisfação, paracendo para muitos, coisa óbvia.
Como explicar a orientação pela aprovação da proposta quando as negociações estavam apenas começando após a deflagração da greve? Como orientar a aprovação se as demandas específicas sequer foram tratadas? Como orientar pela aprovação se o poder estava do lado de cá, com uma greve forte, crescente, nacional, coesa? Como agendar assinaturas dos acordos antes mesmo de as assembleias deliberaram os rumos do movimento?
Mas se o caminho se faz ao caminhar, até esses tropeços são importantes para a caminhada, para a construção de uma consciência coletiva de que é preciso avançar.
A organização dos trabalhadores é sempre positiva! Afinal, vida é movimento! O importante é a compreensão de que juntos somos mais fortes e que, embora iniciativas individuais tenham a sua força e sejam relevantes, é somente quando se unem em coletivo e se reconhecem enquanto classe, é que os trabalhadores podem avançar nas lutas e nas conquistas.
A greve terminou; os motivos que levaram à sua deflagração continuam postos, o que exige mobilização permanente.
A luta continua!
Boa leitura!
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