Nossa Voz - O que a AFBNB planeja em termos estratégicos de ações institucionais para 2015? Alci de Jesus – A gestão da AFBNB para o triênio 2014-2016, a partir de sua plataforma apoiada pelos associados, encaminhou, basicamente, a intensificação da luta pelo desenvolvimento regional e pelo fortalecimento dos órgãos regionais, incluso o BNB, a partir não só da articulação e questionamento a todos os entes políticos capazes de influir nas mudanças do que está aí posto, em que ainda se vê a falta de planejamento regional efetivo e órgãos regionais, não estruturados, atuando de forma não integrada e sem foco decisivo e estratégico em relação ao combate às desigualdades regionais, quanto uma maior mobilização e luta dos trabalhadores do BNB e dos órgãos que apoiam o desenvolvimento regional para valorização de suas categorias. Isso passa por maior organização em termos de encaminhar as questões institucionais, sendo 2015 um ano decisivo, haja vista um novo governo e por isso um importante momento para mais uma vez lutarmos para que nossas reivindicações sejam apropriadas, conforme o nosso documento “Nordeste, sem ele não há solução para o Brasil” entregue à Presidenta Dilma Roussef.
NV - Quais devem ser as pautas centrais das ações este ano?
AJ– Vamos encetar uma série de ações para que 2015 seja um ano marcado pela mobilização e luta em apoio ao desenvolvimento regional. Os eixos estratégicos estão colocados no documento “Nordeste, sem ele não há solução para o Brasil”. As questões centrais são a luta por um Projeto Nacional de Desenvolvimento em que o recorte regional seja, de fato, assimilado em todos os programas, projetos e ações do Governo Federal e isto possibilite a melhoria das condições do Nordeste e partes de Minas Gerais e do Espírito Santo, assim como do Norte do país, áreas que contribuíram e contribuem, efetivamente, com o desenvolvimento do Brasil e que precisam ter o seu papel reconhecido enquanto uma nação que prima pela igualdade e justiça social. Basicamente, o que se propõe é que se cumpra a Constituição brasileira de 1988. Assim, estão previstas várias ações, entre elas as duas Reuniões do Conselho de Representantes da AFBNB e manifestações em Brasília, inclusive com a participação em Seminário no Congresso Nacional. Enquanto meio para enfrentar as desigualdades regionais é necessário fortalecer os órgãos regionais, incluso o BNB e valorizar os trabalhadores destas Instituições.
NV - As discussões acerca do FNE devem continuar?
AJ– Com certeza. Este ano, primeiro do ano do segundo Governo Dilma, a equipe econômica já mostrou o tom de como serão as medidas e é preciso que todos os trabalhadores estejam atentos e mobilizados para dar a resposta no sentido de não só preservar, mas avançar na busca de resgatar direitos e benefícios, expropriados em gestões anteriores. A luta pelos Fundos constitucionais, incluso o FNE, e pela exclusividade de operacionalização dos recursos pelos Bancos Regionais não pode esmorecer nunca. O FNE é direito da sociedade nordestina, brasileira, e a sua operacionalização deve ser aperfeiçoada e cada vez mais democratizada à sociedade, fazendo valer os espaços de discussão que planejam sua execução. Para tanto é preciso que os bancos administradores sejam fortalecidos, isto é, tenham condições objetivas, em termos de pessoas e estrutura, em todos os níveis, para servir de forma republicana a sociedade, a partir de uma estratégia de desenvolvimento pautada por um plano de regional de desenvolvimento. Os bancos regionais têm papel diferenciado em relação aos outros bancos públicos e o FNE é um instrumento fundamental para essa ação diferenciada. Ameaças como de uma possível reforma tributária ou de modificações numa possível Política Nacional de Desenvolvimento Regional – PNDR (2ª) devem ser monitoradas. As ações relativas a demarcar 2015 como o ano de mobilização pelo desenvolvimento regional vão também neste sentido.