Nossa Voz - Quais conquistas você destacaria como as mais importantes desse ano?
Rita Josina– Inicialmente, foi o primeiro ano da gestão Autonomia e Luta, após uma eleição bem participativa. Essa diretoria tomou posse reafirmando toda a sua luta em defesa dos trabalhadores, com muita autonomia, independência e, acima de tudo, muita coerência nas ações, acompanhando tudo o que diz respeito ao BNB, ao Nordeste e aos trabalhadores, com a visão sempre no coletivo, de assim avançar nas mudanças e nas melhorias em beneficio de todos. Outra questão que vale a pena destacar foi a vitória na convocação dos concursados, que significa uma quantidade de trabalhadores novos no Banco e, em consequência, novos filiados à AFBNB, numa grande luta para que o Banco reconhecesse o concurso e fizesse a convocação dessas pessoas para compor o quadro de trabalhadores e técnicos comprometidos com o a missão do Banco. Destaco também uma experiência muito positiva da AFBNB com mais um instrumento de luta que foram as várias investidas nas ações jurídicas que é um exercício de cidadania. Temos buscado sempre conquistar os direitos tanto no âmbito da política como também no âmbito da Justiça, fazendo valer os direitos e o que realmente a gente entende como valorização dos trabalhadores do BNB.
NV - Quais problemas no banco ficaram mais notórios em 2014?
RJ– Podemos citar que os constantes ataques e investidas contra o BNB e seus recursos, como Projetos de Lei (PLs) que questionam a exclusividade do FNE ou quando querem reduzir de alguma forma a atuação dos bancos públicos e instituições de desenvolvimento regional. Não é algo de 2014 - são ameaças que vão e vêm - mas neste ano isso foi marcante. Do ponto de vista dos trabalhadores destacamos a dignidade previdenciária e de saúde. Uma solução para a questão previdenciária era aguardada com muita expectativa por parte dos trabalhadores, ansiosos por uma política que resolvesse o assunto, porém a maneira como o Banco agiu deixou a desejar, pois o que se teve foi apenas um plano de demissão voluntária com outro nome (PID). Do ponto de vista da saúde, todo esforço e toda a luta da AFBNB foi no sentido de reverter a medida do Banco e da Camed, um verdadeiro ataque aos trabalhadores. O que se esperava que fosse uma política saudável de recursos humanos trouxe adoecimento e preocupação; muitos dos trabalhadores vindo inclusive a ter que rever o seu plano de saúde por causa da retirada dos genitores do Plano Natural, impactando financeiramente em suas vidas. Outro aspecto que persiste ainda é a problemática do PCR que também continua sendo um tormento na vida dos trabalhadores, e a PLR, que apesar de todo esforço dos funcionários para alcançarem as metas, não tiveram a PLR que mereciam.
NV - Com relação à ação institucional, o que você apontaria em em 2014?
RJ– Esse ano foi bem participativo, pautado pelos 25 anos do FNE. A AFBNB esteve presente em vários fóruns de discussão, inclusive o assunto foi tema da 46ª Reunião do Conselho de Representantes, onde pudemos fazer um debate bem rico, discutindo desde a criação do fundo até reflexões sobre a sua trajetória, com limites e possibilidades desse recurso que é vital para o BNB e para a região. Merece destaque também a elaboração do documento “Nordeste, sem ele não há solução para o Brasil” – que foi construído de forma participativa, com contribuição de técnicos e de associados da AFBNB e que pôde ser entregue aos presidenciáveis e à presidenta eleita com pedido de audiência para tratar dos pontos ali contidos - que englobam tanto questões institucionais quanto aquelas que dizem respeito às lutas dos trabalhadores.
É uma importante contribuição da AFBNB e o que a gente espera é que as propostas sejam observadas, analisadas e implementadas por parte das instâncias responsáveis, como o governo federal.
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