2014 foi um ano atípico: em âmbito nacional, protestos, copa do Mundo e eleições majoritárias que impactaram de certa forma o movimento dos trabalhadores. No universo do Banco do Nordeste do Brasil, ampliação do número de agências, plano de incentivo à aposentadoria, nova presidência, batalhas judiciais, convocação de aprovados em concurso público, greve. Para uns – aqueles que sonharam com a convocação e esperam seguir carreira dentro do Banco – 2014 pode ser o ano que marcará suas vidas. Para outros, encerra-se um ciclo e inicia-se outro. Para a grande maioria dos trabalhadores, entretanto, foi mais um ano que se findou sem que muitas das pendências históricas fossem solucionadas.
O ano se encerra sem que as inconsistências do Plano de Cargos tenham sido superadas; sem que nenhum movimento tenha sido feito por parte do Banco no sentido de corrigir os problemas dos ativos e aposentados do plano Benefício Definido da Capef; sem que a isonomia de tratamento tenha sido efetivada nem os processos internos tratados com a transparência devida. Mais uma vez o Banco desdenhou da força dos trabalhadores unidos em greve e mais uma vez a AFBNB (pelo segundo ano consecutivo) teve de denunciar a gestão do Banco ao Ministério Público do Trabalho. Ao relembrar alguns desses pontos, a AFBNB não demonstra pessimismo, ao contrário, a entidade acredita que com vontade, em primeiro lugar, e empenho administrativo muitas das questões postas poderão ser solucionadas. Para a AFBNB, os pontos abaixo são o calcanhar de Aquiles do Banco. Deles advêm muitos outros problemas.
PLANO DE CARGOS E REMUNERAÇÃO (PCR) – As discussões em torno do atual PCR remetem a 2006. Naquela época, a Associação orientou pela rejeição pelas assembleias por considerá-lo inadequado, baseada em estudo que apontava para uma proposta melhor e que, embora tenha sido entregue à administração do Banco, foi ignorada. De lá para cá – e lá se vão cerca de 8 anos – a AFBNB tem ratificado sua defesa e cobrado do Banco a valorização do cargo em primeiro lugar, para que nenhum funcionário fique refém da função. Nesse período, foram criados grupos de trabalho para revisar o Plano de Cargos e de Função, apresentadas propostas mas nada de fato efetivado. Enquanto isso, perduram as inconsistências como o congelamento dos níveis, a promoção sem repercussão financeira nos três primeiro níveis, a falta de isonomia entre os gerentes de negócios etc etc. Para a AFBNB, o remendo pode sair ainda pior. Por isso, a defesa é por um novo plano de cargos elaborado à luz do diferencial de instituição de desenvolvimento. Um PCR digno além de valorizar o trabalhador, é a maneira mais certa de reduzir o endividamento e sem dúvida aumenta a autonomia do funcionário.
SAÚDE E PREVIDÊNCIA - O ano começou com um golpe duro da Camed sobre os trabalhadores (na verdade, o fato se deu no apagar das luzes de 2013): reajuste abusivo e a retirada dos genitores do plano natural. Após não ver perspectiva de reversão no âmbito administrativo, a AFBNB entrou na Justiça e o processo permanece em tramitação. Segundo os advogados que assessoram a AFBNB, a Camed descumpre a liminar, que determinava a permanência dos genitores no plano Natural. Para além disso, problemas recorrentes como rede credenciada deficitária, sobretudo longe dos grandes centros, continuam. Quanto à previdência, um grupo de funcionários elaborou um abaixo-assinado no qual aponta os problemas da Capef e propõe soluções.
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