Para debater o painel principal foram convidados Agassiz Almeida Filho (advogado, professor das Universidades Federais da PB e RN) e Juary Chagas (bancário da CEF, diretor do Sindicato dos Bancários do RN e integrante da equipe nacional do Instituto Latino Americano de Estudos Sócio-Econômicos (Ilaese).
Os palestrantes foram unânimes ao criticarem a decisão política de realizar megaeventos no Brasil. Para Agassiz, decisões como essa se devem em parte ao que chamou de "déficit democrático", ou seja, a participação da população aquém do necessário nas decisões políticas, o que por sua vez acarreta uma crise de legitimidade das instituições e dos governos. Ele citou o exemplo da contribuição previdenciária paga pelos aposentados, que só ocorre no Brasil. "A sociedade brasileira cochilou na época da aprovação e agora vai ser difícil revogar porque o INSS está comprometido com esse recurso que entra".
Para Juary a crise de parti-cipação existe, mas pode ser enfrentada. As jornadas de junho/2013 são um exemplo de que a população está incomodada. Para ele, eventos interna-cionais de grande porte, como a Copa e as olimpíadas, só beneficiam uma pequena parcela da população em detrimento da massa. Juary citou um exemplo: os recursos investidos na construção de um novo estádio para os jogos da Copa dariam para garantir o passe livre integral para todos os estu-dantes de Natal (da rede pública, privada, universitários) por 30 anos. "Se o povo fosse perguntado sobre se preferiam o estádio ou que os estudantes não pagassem ônibus por 30 anos, com certamente a segunda opção ganharia".
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