Nossa Voz - Como você analisa a eleição da diretoria da AFBNB e quais as linhas de continuidade do trabalho?
Rita Josina – A eleição foi resultado de um amplo processo democrático participativo que teve a participação da base, validando o trabalho da gestão. A gente entende que o resultado com mais de 70% de aprovação, é um reconhecimento do que vem sendo feito e nos mostra que estamos no caminho certo. Com essa oportunidade temos aí um compromisso de fazer valer todas as propostas apresentadas e dar continuidade a esse trabalho que já vínhamos fazendo. A
gente prima pelo debate das idéias, pelo diálogo constante e interação com a base. Reafirmamos as ações com a proposta de intensificá-las para fazer valer nossas bandeiras que são
o fortalecimento do Banco e também da valorização dos trabalhadores. Nossa visão é que a gente possa ter uma instituição de desenvolvimento reconhecida pela sua história, pelo tanto que já contribui com a região e o tanto que ainda pode fazer, que isso não seja uma ação isolada.
NV – Como você tem observado a atuação do Banco? Aprova a maneira como tem cumprido sua missão?
RJ – A meu ver o BNB se distancia de sua missão desenvolvimentista quando trabalha com uma predominância de ações de curto prazo, de ações focadas apenas no viés mercadológico
e uma visão do crédito comercial. Entendemos que esse componente é importante sim, mas ele
não tem um fim em si mesmo, deve estar integrado a outras ações. Daí a importância do Banco do Nordeste estar também atuando de uma forma mais positiva. A AFBNB tem feito esse trabalho, fizemos isso durante muito tempo diante da necessidade do aporte de capital para o Banco,
defendendo o fundo constitucional, além disso, lutamos em Brasília por mais recursos que são importantes para a região porque vão possibilitar ações mais estruturadas. Nos últimos
anos o Banco tem passado por vários momentos de instabilidade, mas enquanto instituição ele está resistindo a tudo isso. Os ataques são muitos, mas a gente sabe que boa parte disso
são especulações, interesses contrariados, grupos que não estão mais no domínio do Banco do Nordeste.
NV – Resiste por que é forte?
RJ – Ele resiste porque tem também um quadro de trabalhadores que na sua maioria são pessoas que primam pelo respeito à instituição, pessoas que tem esses princípios em suas práticas de vida. Isso é o que faz o Banco do Nordeste ser maior que todos esses ataques,
essa espécie de especulação.
NV – Rita, que recados você pode dar ao funcionalismo do Banco neste momento?
RJ – Todos devemos estar muito atentos a tudo que se passa no Banco do Nordeste e na região para que a gente possa estar discutindo e pensando estratégias de fortalecer o Banco de
desenvolvimento, estamos considerando todo esse conhecimento que está ligado a valores éticos para que a gente possa contribuir para que o Banco esteja cada vez mais fortalecido.
Queremos envolver também os novos funcionários que ainda não vivenciaram muito o Banco, mas que já tiveram a oportunidade de conhecê-lo, chamando para essa participação no processo de discussão e mobilização. Estamos atualizando vários documentos que a AFBNB produziu,
(livro Por um Nordeste Melhor, Carta Compromisso com o Desenvolvimento Regional), para que a gente possa estar difundindo a estratégia de desenvolvimento do Banco do Nordeste. O Banco fortalecido se dá na medida em que seus trabalhadores são valorizados, esteja pensando
em políticas de recursos humanos que sejam isonômicas, que prioriza ações de dignidade previdenciária e de saúde. Outra questão é a devida valorização dos agentes de desenvolvimento
e técnicos de campo, como peças-chave para que a gente possa ter um banco mais atuante. A
AFBNB está muito atenta à questão dos trabalhadores, tantos os novos, para que possam reconhecer o plano de carreira do Banco como para os que estão em vias de aposentadoria
pela dignidade previdenciária.
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