Fale Conosco       Acesse seu E-mail
 
Versão para impressão Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Aumentar tamanho das letras


11/02/2014

Nossa Voz - O que queremos para o BNB agora e no futuro?

BNB: desenvolvimento ou mercado?

“A maior instituição da América Latina voltada para o desenvolvimento regional, operando como órgão executor de políticas públicas”; “instituição responsável pelo maior programa de microcrédito da América do Sul e o segundo da América Latina”.
 
Lendo as frases acima e revisitando a história de 62 anos do BNB, é possível ver o quanto a instituição contribuiu para a região e consequentemente para o país, de forma diferenciada das demais instituições financeiras. Esse diferencial, no entanto, tem se enfraquecido nos últimos anos.
 
A AFBNB tem apontado esse distanciamento – internamente e externamente – cobrado o debate
e produzindo documentos, inclusive tendo entregue aos presidenciáveis, na última eleição, e para
a presidenta Dilma Rousseff a Carta Compromisso pelo Desenvolvimento Regional, na qual apresentou o que considerava prioridade para a questão regional.
 
Mas, do lado de lá, na alta gestão do BNB, é como se o problema não existisse. Os trabalhadores,
no entanto, compartilham conosco dessa inquietação. Em outubro passado, por exemplo, a funcionária Elizabeth Holanda da Costa elaborou uma carta aberta do presidente do Banco, na qual expõe a visão de quem se dedica diariamente para cumprir a missão do BNB. O texto, divulgado no site da AFBNB, recebeu inúmeros comentários de apoio, mostrando que a preocupação é geral.
 
Em um dos trechos, escreve: “Está na nossa veia, no nosso sangue, ‘desenvolver o nordeste’. Entretanto estamos anêmicos. O Banco está anêmico de direcionamento. Anêmicos pelo esvaziamento do sentido dado a palavra desenvolvimento. O desenvolvimento que hoje está na nossa missão não passa de uma rima pobre, que paulatinamente está caindo em desuso. É
cafona falar de desenvolvimento.
 
A palavra do dia é eficiência operacional, custos x receitas. Está correto, somos um banco. Mas... Qual será a nossa diferença dos demais bancos? O que nos legitimará perante a sociedade
de que somos importantes e não apenas mais um ‘trambolho’ público que consome impostos?”
Para José Frota de Medeiros, consultor do ETENE e diretor da AFBNB, alguns fatores mostram esse distanciamento da missão constitucional: o abandono sintomático de programas e projetos de desenvolvimento, como os agentes de desenvolvimento; o enfraquecimento do ETENE e a quase paralisação de financiamento de pequenos são exemplos. “Até a estrutura de treinamento
de recursos humanos está voltada para a lógica de mercado”, lamenta Medeiros, lembrando que
anos atrás os cursos de integração duravam semanas, com dias inteiros dedicados ao debate sobre desenvolvimento e hoje está resumido a poucos dias, com quase nenhum debate sobre o assunto.
 
“Tudo é reflexo da orientação estratégica do governo federal”, acredita. Retomando a carta da funcionária, “o que garante anoitecermos com o “coqueiro” da nossa marca e não amanhecermos com a “árvore” do Bradesco? O que legitima a nossa permanência? Para além disto, o que legitima a nossa existência? Ainda não saímos da crise que te trouxe aqui. A nossa crise é
de legitimidade”.
 
A CARTA CITADA NESTE TEXTO ESTÁ DISPONÍVEL NA ÍNTEGRA NO SITE DA AFBNB
Última atualização: 11/02/2014 às 16:46:00
Versão para impressão Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Aumentar tamanho das letras
 

Colunas

Versão em PDF

Edições Anteriores

Clique aqui para visualizar todas as edições do Nossa Voz
 

Rua Nossa Senhora dos Remédios, 85
Benfica • Fortaleza/CE CEP • 60.020-120

www.igenio.com.br