Os(as) bancários (as) estão no sétimo dia de greve. E não qualquer greve, tímida, envergonhada. Uma greve coesa, forte, séria, motivada pela insatisfação generalizada do trabalhador, cansado de carregar os ônus da atividade bancária nas costas – pressão de todo lado, assédio moral, trabalho gratuito, condições de trabalho precárias, demissões injustas – e não poder usufruir dos bônus. Uma prova concreta é a distribuição dos lucros e resultados: ótima gratificação para a alta administração e quase uma gorjeta para a base da pirâmide, ou seja, os trabalhadores.
No Brasil, já são mais de 9.600 agências fechadas. No BNB, com a adesão de Belo Horizonte (MG) e Macau (RN) a partir de hoje, já são 202 agências em greve das 224, e este número pode ser maior (não conseguimos contato com algumas agências e só inserimos no quadro após confirmação de greve). Inclusive na Direção Geral (Passaré), diferente de outros anos, a greve é uma realidade desde o início, com novas adesões a cada momento.
A adesão em massa dos trabalhadores do BNB mostra que o tempo da paciência se esgotou. E não foi um tempo curto: são anos e anos esperando soluções concretas, positivas, para inúmeros problemas – a questão previdenciária, o tratamento diferenciado, as comissões “arrumadinhas”, as trocas constantes de cadeiras de forma casuística, as práticas de assédio moral, o trabalho gratuito e a necessidade de mão de obra etc etc etc.
Quem já está no Banco há décadas ou quem chegou agorinha mesmo percebe na pele que a recíproca da dedicação não existe. E se ele/ela próprio/a, trabalhador/a, não se valorizar, não exigir respeito, se submeter aos mandos e desmandos do patrão, tudo continuará como está. Essa percepção e consciência da força da coletividade é que move a história e alavanca as conquistas. E não importa quando ela surja, desde que surja! Por isso é tão gratificante vermos, este ano, companheiros do BNB com 35 anos de Banco que nunca fizeram greve pararem, de forma consciente, por uma questão de respeito a si mesmo e aos colegas de trabalho.
E o que queremos dizer com tudo isso? Que não dá mais para a alta administração do Banco pensar que o assunto não é com ela. Não dá para esperar por propostas vindas da Fenaban. É preciso agir positivamente, ter autonomia e hombridade em apresentar uma proposta decente – que vá muito além do índice de reposição salarial e atenda às reivindicações de seu maior patrimônio: os trabalhadores do BNB.
O pensamento de alguns que a greve seria fraca, fracassou; foi negativo. E contra pensamento negativo, só há um jeito: ação positiva – a greve! Queremos negociação já e com proposta digna!
Trabalhadores do BNB em luta! A AFBNB ao lado dos trabalhadores!
Por que pensar positivo é bom, mas agir positivo é melhor ainda!
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