Houve uma época, no Brasil, e não faz tanto tempo assim, em que o servidor público era valorizado: melhores salários, condições de trabalho dignas, respeito por parte da população etc. O conceito era merecido, basta pensar na carreira do bancário antes e hoje. Com as medidas
tomadas por sucessivos governos que seguiram à risca a cartilha neoliberal, formatada pelo sistema capitalista, esse conceito foi ficando apenas na lembrança... A começar pelas próprias
instituições públicas, fragilizadas em um mar de privatização que marcou a década de 90 e o início dos anos 2000, muita coisa mudou nos últimos anos.
Seguindo a uma lógica cruel, os direitos dos trabalhadores não se ampliaram ao longo dos tempos; ao contrário, foram aviltados estão sob constantes ameaças, o que exige dos trabalhadores mobilização e resistência permanentes.
Os trabalhadores do BNB não apenas não fogem à regra como enfrentaram uma situação sui generis: enfrentaram uma gestão temerária, que pôs em risco a existência do próprio Banco, separou famílias, esfacelou a política de recursos humanos, tratou os trabalhadores de
forma arbitrária. A gestão passou, mas deixou um legado que se fará sentir na vida de
muitos benebeanos e de suas famílias, caso a administração atual e o governo federal não tomem nenhuma providência: da forma como está, o plano de previdência complementar
do BNB, a CAPEF, não atende ao que foi prometido em acordo aos funcionários que a ela
aderiram quando ingressaram no Banco e o benefício que será pago não corresponde às necessidades dos aposentados e suas famílias.
Esta edição do Nossa Voz relembra a origem dos problemas e apresenta propostas elaboradas e aprovadas nas últimas três reuniões do Conselho de Representantes da AFBNB nas unidades, para superar isto que é uma afronta à dignidade dos trabalhadores do BNB: o déficit do plano BD e o silêncio do Banco sobre o assunto.
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