As terceirizações no BNB são um problema que vem de longa data. A AFBNB, por inúmeras vezes, já se manifestou sobre a necessidade de se desinvestir nessa política, que precariza o trabalho na instituição. Na 43ª RCR, os técnicos de campo se reuniram e debateram o assunto, que também foi debatido entre os demais representantes, tendo inclusive uma resolução
aprovada a respeito do tema. Abaixo, a AFBNB faz novas considerações sobre o assunto, partir do debate dos técnicos de campo na RCR.
Acerca da área de análise e acompanhamento de projetos do BNB, a AFBNB vem denunciar o verdadeiro desmonte ao qual vem sendo submetidas as CENOPs nos últimos 8 anos, culminando com a recente implementação do processo de credenciamento que se constitui, na prática, como a terceirização dessa área fundamental ao fortalecimento do papel de desenvolvimento dessa instituição.
Para além de interesses corporativistas, é consensual o entendimento da AFBNb e entre os técnicos de campo de que análise de viabilidade técnica de projetos e a fiscalização das
operações devem ser realizadas única e exclusivamente por técnicos do quadro
funcional do Banco. Tal condição representa não somente menor custo, como principalmente menor risco de erros, de fraudes, de quebra de sigilo e imagem do Banco.
A atual diretoria vende falaciosamente a ideia de que essa terceirização representa uma tentativa de fortalecer o acompanhamento de projetos que, pela falta de técnicos, o Banco não
vem tendo condições operacionais de acompanhar nos moldes definidos pelo BACEN.
Se essa fosse de fato a preocupação, por que não foram chamados todos os engenheiros de diversas especialidades e os técnicos de nível médio que foram aprovados no concurso específico vigente até 2014?
Além disso, é sabido que uma das formas de desmoralizar uma política é adotá-la de forma errada, desestabilizando e desmobilizando os atores envolvidos. É exatamente dessa forma
que o Banco iniciou o repasse de demandas para as empresas que se credenciaram, sem que as mesmas tenham recebido qualquer treinamento nem tomado conhecimento sequer
dos normativos existentes, levando à diminuição do rigor técnico e, com isso, permitindo a contratação de operações de qualidade questionável, além de fragilizar sua fiscalização.
Tal realidade preocupa a Associação, sobretudo, pelas recentes constatações de órgãos de controle externo que identificaram grandes fraudes em operações de financiamento, em
alguns casos envolvendo justamente o trabalho dos técnicos de campo. A AFBNB percebe a mensagem implícita que essa estratégia representa e repudia veementemente mais essa medida que atenta contra a área técnica e a própria instituição Banco do Nordeste.
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