Assim como os demais anos, 2012 foi de muita luta e disputa antes, durante e depois da campanha salarial, que visava garantir e recuperar perdas históricas e melhorias, tanto do ponto de vista salarial, quanto das condições de trabalho, com as quais os benebeanos convivem de forma rotineira. Além disso, o ano que se encerra trouxe momentos de incerteza e insegurança para os trabalhadores do Banco, que se viram diante de denúncias de irregularidades que
fatalmente viriam a desgastar as negociações e seus resultados, além de mudanças na gestão da instituição.
A expectativa também estava em traçar medidas que acarretassem melhorias nos relacionamentos internos do Banco, alertando para a aplicação de uma maior transparência
nos processos de concorrência. Durante a campanha salarial, a AFBNB sempre deixou claro que sua preocupação estava para além dos aspectos econômicos, ou seja, outras demandas também deveriam ser atendidas e reforçadas pelo movimento como a isonomia, o pagamento
das horas extras trabalhadas, a implantação do ponto eletrônico, a reestruturação das agências e da Direção Geral, a revisão do PCR e do Plano de Função, convocação de novos funcionários,
pagamento dos passivos trabalhistas e o fortalecimento do BNB como banco de desenvolvimento.
Como de praxe, durante o período de negociações, o diálogo com o Banco não caminhou a contento, fazendo os trabalhadores deflagrarem a greve no dia 18 de setembro. No transcorrer
do movimento paredista a AFBNB sempre esteve em contato com as agências e através de seu site informou o quadro de paralisações das unidades do Banco em tempo real. Em pouco tempo a greve ganhou força no BNB, de norte a sul da região a adesão foi crescendo e chegou a
atingir 90% das agências e unidades do Banco. No estado da Bahia, todas as agências foram fechadas, demonstrando a força e vontade dos trabalhadores em participar das mudanças.
Porém, ao longo de toda a mobilização e nas assembléias que aconteciam para traçar o destino do movimento, a situação foi degringolando.
Com o passar dos dias, ficava clara a estratégia das grandes centrais para manobrar em favor do patronato. O que se viu foi o movimento de trabalhadores ser sufocado pouco a pouco pelos seus próprios dirigentes, para insatisfação de todos os que trabalham no BNB e nas demais
instituições financeiras públicas.
A greve e a campanha salarial de 2012 se encerraram de forma melancólica no dia 28 de setembro, após dez dias de paralisação das atividades e com poucos avanços. Ficou claro que as direções acabaram cedendo à primeira proposta feita pela Fenaban, numa total demonstração
de subserviência ao governo e à federação dos banqueiros, uma afronta aos trabalhadores, portanto. Desde o primeiro momento, a Associação deixou claro seu entendimento de que a proposta apresentada e “acatada” pela direção do comando da greve não contemplava de maneira favorável as demandas históricas dos funcionários, como perdas salariais acumuladas ao longo de anos, tampouco sinalizava melhorias quanto à isonomia, plano de cargos, jornada de seis horas, questão previdenciária, fim do assédio moral, superação do caos nas agências e melhorias nas condições de trabalho, por exemplo.
Contudo, ficou a lição e uma brava demonstração de que os trabalhadores do BNB foram fortes e,
apesar dos reveses, continuarão a lutar. A Associação parabeniza os funcionários pela ousadia e coragem de se manterem firmes na batalha contra as grandes forças que se investem contra o movimento. Espera-se que em 2013 tenhamos uma campanha mais sólida e um movimento acrescido de energia, para que os gestores do BNB possam valorizar (e escutar) os funcionários do Banco e, finalmente, sanarem suas demandas historicamente proteladas.
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