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15/10/2012

Nossa Voz - Aposentadoria no BNB: O que esperar?

Resgatar nosso Sindicato é resgatar nossas lutas!

 

Um aprendizado que passa não apenas pela nossa greve, mas por tantas lutas do conjunto das trabalhadoras e trabalhadores em nosso país é a necessidade de resgatar o sentido da independência de classe. Digo isto porque sindicato cartorial e com direções pelegas sempre existiu. Mas há pelo menos duas décadas vivemos o processo de transformação de entidades que antes se colocavam como instrumento de defesa de nossos direitos e hoje estão rendidas por meio de direções que mudaram de lado.
A desesperança e incapacidade de organização dos trabalhadores para reverter esse processo de um lado e o aparelhamento burocrático das entidades de classe por grupos que manipulam e abandonam a defesa dos direitos daqueles/as que deveriam nos representar compõem um quadro que nos convida à reflexão e à ação.
 
Tem sido assim com as várias greves dos bancários. Não temos uma direção na qual podemos confiar. Mas também não nos basta o papel de espectadores. Poderia aqui fazer um simples relato que quase todos (as), pelo menos, a maioria que têm participado das ultimas greves conhece. A total desmobilização dos colegas dos bancos privados, que sequer organização por local de trabalho possuem, levando a greves que fecham agências, mas efetivamente não impedem o bancário de trabalhar, seja vendendo produtos por telefone, em visitas, ou atendendo seletivamente grandes clientes. Todos submetidos a um regime de superexploração onde parte considerável de sua remuneração é variável, dependendo de comissões de vendas.
 
Nos bancos federais, por sua vez, onde há ainda uma participação efetiva dos colegas, nenhuma das questões centrais que nos afetam como revisão de Planos de Cargos e Salários, Piso do DIEESE, recuperação das perdas salariais ou isonomia são levadas a sério. O resultado é sempre o mesmo: deixar para as mesas de enrolação permanentes.
 
E as direções sindicais que estão aliadas aos patrões fazem todo tipo de jogo, ou em suas próprias palavras, “truques” para liquidar nossas greves. Mas não basta que fiquemos na constatação destes fatos. É necessário que revertamos. Difícil parecia derrotar burocracias sindicais instaladas na década de 1980. Hoje enfrentamos mais uma vez o desafio de reconquistar os sindicatos para nós, trabalhadores/as. E esta tarefa só nós podemos realizar.
Por isso, afirmei que esse texto é um convite à reflexão, mas seguida de ação.
Cada um(a) de nós é responsável pelos nossos destinos. E nós precisamos provar para nós mesmos que o sindicato voltará a ser nosso. Assim, do mesmo modo como jovens, trabalhadores e desempregados insurgentes ocuparam Wall Street, precisamos nós, bancários/as, também nos insurgirmos e ocuparmos nosso sindicato, organizando um amplo movimento de resgate. É tarefa que não podemos refutar.
 
A greve ainda é um instrumento de resistência, uma forma de dizer que não concordamos com uma série de desmandos. Mas para que este direito seja melhor exercido de maneira consciente é preciso que nos organizemos. É fundamental que participemos das assembleias,
que nos filiemos e que questionemos o que considerarmos equivocado. Isto ficou comprovado este ano quando, apesar de todas as manobras da direção sindical, em assembleia, uníssonos demonstramos nossa insatisfação com os arremedos de proposta enviados pelas direções dos bancos federais, no mais completo desrespeito a quem faz o resultado destas instituições que, paulatinamente, têm deixado de cumprir seu verdadeiro papel social.
É preciso mais. Mais disposição. Mais unidade. Todos juntos. Sempre.
 
*Aílton Lopes
Última atualização: 15/10/2012 às 12:20:54
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