O painel principal, “Por um BNB forte: valores éticos e desenvolvimento regional” foi debatido pelo filósofo e Professor Doutor da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Auto Filho, e mediado pela psicóloga, assistente social, mestre em Avaliação de Políticas Públicas (UFC) e presidenta da AFBNB, Rita Josina.
Auto Filho discorreu sobre o conceito de ética e suas diversas interpretações. Assim, o "filósofo dissecou também acerca da corrupção, uma “falta de ética” bastante presente nas relações sociais do capitalismo, não obstante o enorme aparato jurídico que vigora no país para combater a essa prática nociva às instituições públicas brasileiras.
Para o filósofo, há uma contradição no Brasil entre o país juridicamente legal e o país real.
Ainda de acordo com o professor, na maioria das vezes em que se fala em ética no Brasil, “recorre-se a um conceito moralista, policial, repressivo”. Para Auto, em relação à matéria, a legislação brasileira é falha, posto que pune somente o corrupto, mas não penaliza o corruptor, que são as empresas capitalistas que articulam contratos com o serviço público no afã de conseguir lucros maiores, muitas vezes com iniciativas corruptas.
Fazendo referências a filósofos como Aristóteles, Maquiavel e Spinoza, que versaram sobre a ética, o professor asseverou que é necessária fazer a distinção entre a ética individual e a ética pública, sendo a última baseada na justiça social. Desse modo, o espaço público da ética da política não deve estar vinculado ao espaço da ética privada.
Neste sentido, recorrendo a Maquiavel, o filósofo ressaltou que “a política tem sua própria ética”.
Por fim, o filósofo defendeu que é imprescindível que a sociedade civil se organize para criar mecanismos de controle da ética pública brasileira, que passam por medidas como o veto popular de leis, o referendo con" rmatório de mandatos políticos, a cassação de mandatos parlamentares diretamente pelo povo, entre outras iniciativas.
Após a palestra de Auto Filho, a presidenta da AFBNB ressaltou que as RCRs são importantes fóruns de discussão acerca dos rumos e perspectivas para o Banco e para os trabalhadores. Para Rita, os funcionários devem cada vez mais inserir-se nas discussões sobre o BNB, defendendo-o como banco de desenvolvimento que tem por missão fomentar sua área de atuação e valorizar seus trabalhadores. A presidenta ressaltou também os representantes presentes à 42ª RCR “traduzam suas angústias e inquietações em ações, propostas e resoluções concretas” para serem encaminhadas ao Banco. “Temos um importante papel a cumprir após a RCR, seja nas agências, repassando todo o debate para os demais trabalhadores, seja acompanhando e cobrando junto às instâncias responsáveis o andamento e o cumprimento das resoluções”, destacou, Rita.
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