*Por Sandoval Ferreira
Seu doutor fiquei honrado
Pelo o convite de vosmicê
Porque não me candidato
Agora digo a você
É que esse mundo é ingrato
E ruim de se viver
Meu sossego vou perder
E também o meu dinheiro
Rodeado de babão
Puxa saco e trambiqueiro
Vão querer me amolar
Até dentro do banheiro
O meu vexame primeiro
Quando a campanha chegar
Que eu partir para o povão
Pra querer me destacar
E não vai ser tão barato
O preço que eu vou pagar
Ai eu vou ter que dar
Bola, chuteira e meião
Pra quem tiver falecido
A mortalha e o caixão
Chorar pra desconhecido
Deus me livre quero não
Tá no meio do povão
Nas festa de gafieira
Bêbo vem me abraçar
Com fedor de suvaqueira
Trocar voto por cachaça
E sorrir no meio da feira
Ter que aguentar besteira
De político vagabundo
Quando no palco subir
Levar dedada no fundo
Prometer pra não cumprir
Dever a Deus e ao mundo
Não quero por um segundo
Essa vida aperreada
Se eu tiver mais de um voto
Vai ser de algum camarada
Me tornar vereador?
Deus me livre quero nada.
* Sandoval Ferreira é assessor de Crédito do Agroamigo da Agência de Garanhuns-PE
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