É hilário, para não dizer irritante, uma situação em que tratam os trabalhadores como participantes de um grande leilão resumido no fetichismo da moeda. Um pouquinho de dinheiro aqui... outro acolá... e nos tratam como se fossemos cachorros famintos. Ou querem nos tornar famintos (se é que não já estamos) e ficarmos à deriva dos "poderosos" quadrienais.

 Não podemos resumir as relações sociais no fetichismo da moeda. Esta serve para diminuir fricções nas trocas, mas, contudo, não se sobrepõe aos anseios da classe trabalhadora que já foi expropriada dos meios de produção, exceto sua força de trabalho, que de fato é ofertada.

 Nós, funcionários do BNB, temos anseios além das benesses resumidas num simples abono de R$ 500,00. Somos conscientes que trabalhamos numa instituição que tem na sua missão o desenvolvimento da região nordestina, e, portanto, das pessoas. Mas este desenvolvimento não pode ser encarado somente pela via creditícia, assim como a motivação dos funcionários não pode ser atingida somente por abono.

 Continuamos a esperar por uma progressão digna na carreira, implantação de ponto eletrônico, plano de previdência, isonomia, licença-prêmio, realização de concursos públicos.   Será que o abono vai abortar estes anseios?

 Portanto, a aqueles que pensam no grande leilão descrito acima, responderemos que não só de abono ficaremos saciados. Do contrário, estaríamos com as nossas consciências abortadas!