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18/04/2009

Plural - Edição abril/2009

Jarbas Vasconcelos, Gilmar Mendes, a crise e a sucessão

A Veja chegou a comparar a entrevista do ex-governador de Pernambuco a Pedro Collor, que detonou o irmão nas famosas páginas amarelas – um exagero. Só que o Jarbas Vasconcelos nada disse de novo, ou seja, que seu partido é um aglomerado de fisiológicos, corruptos e chantagistas. Quem não sabe disso?  O problema é que a memória do senador é seletiva.

Parece até que o PMDB virou essa excrescência nos últimos seis anos. “Esqueceu” ele que o antigo MDB participou ativamente dos oito anos do desgoverno FHC, o mais entreguista e corrupto da história desse país, com apoio entusiasta do “novo” pregador da moralidade, um discurso supostamente ético, mas no fundo oportunista, golpista e de direita.

Não passa uma semana e vem o presidente do STF esbravejar contra o MST e as “verbas ilegais” que eles receberiam do governo. Apenas a título de registro, nos lembremos que na posse de Gilmar Mendes, a tônica de seu discurso foi atacar o movimento estudantil e a luta pela reforma agrária e criminalizar os movimentos sociais – nada de surpresa para quem foi da Advocacia Geral da União no descalabro do PSDB e conhecido defensor do latifúndio assassino e de banqueiros corruptos. Não é demais lembrar que mesmo no governo FHC, do qual o ministro era serviçal, verbas para a reforma agrária já eram liberadas, ainda que imensamente tímidas.  

Alguns analistas políticos conservadores costumam criticar a oposição por estes não conseguirem encaixar um discurso que atinja pra valer o governo do presidente operário. Convenhamos que a culpa não é deles,  pois já tentaram de tudo. O problema é que em apenas seis anos o atual mandatário conseguiu encaminhar políticas absolutamente distintas das anteriores, que eram apenas para contemplar uma elite corrupta e avarenta e atender aos interesses dos prepostos de Washington. Lula, mesmo que timidamente, com todo tipo de restrição e  obstáculos, com suas próprias limitações políticas (não é  de esquerda nem revolucionário)  e as de seu partido (social-democrata)  vem conseguindo mudar a agenda  no sentido de trazer benefícios concretos para a maioria sofrida desse país. 

Você se lembra do que os governos anteriores faziam em período de crise? Era mesma cartilha de sempre: arrocho salarial, corte de gastos, contenção do salário mínimo, privatizações e subserviência total ao FMI e a outros organismos que monitoravam nossa economia. Agora, com a maior crise do capitalismo depois de 1929, temos um governo que não aponta para nada daquilo que os entreguistas encampavam. O governo acena com mais investimentos, aumento do salário mínimo e reajuste  dos servidores (muito aquém das necessidades, é verdade), mantém a Política de Aceleração do Crescimento e aumenta os gastos sociais, como o Bolsa Família.

O que quero dizer aqui? É que por falta de discurso, a direita brasileira, a dois anos da eleição, acionou dois de seus importantes quadros para tentar atingir a imagem do governo e ver se assim destrói a fantástica popularidade do presidente. Qual credibilidade tem Gilmar Mendes, o ministro que mandou soltar duas vezes um banqueiro comprovadamente ladrão? Teria ele se irritado com o fato de o MST ter ocupado as terras do banqueiro Daniel Dantas no Pará?  Alguém já viu algum discurso dele quando das centenas de assassinatos dos trabalhadores rurais, incluindo aí os famosos massacres dos sem-terra?

E Jarbas Vasconcelos? Ele fez algum pronunciamento contra o escândalo da aprovação da emenda da reeleição, quando o PSDB pagou a bagatela R$ 200 mil a deputados “indecisos”?  Fez algum comentário sobre a roubalheira no esquema de privatizações? Nenhum. Na verdade, esses dois impostores não passam de paus mandados da desesperada direita a procura de um discurso consistente. O presidente do STF, fosse sério, se limitaria a comentar, e se fosse o caso, temas de natureza jurídica, mas se transformou em cabo eleitoral da direita perdida, sem discurso.

Acho que a esquerda não pode vacilar nesses momentos de disputa política e partir para o confronto aberto contra esses dois farsantes, instrumentos dos meios de comunicação e da burguesia nacional e estrangeira. Esse é o objetivo desse artigo. 

*Geraldo Galindo é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e da AFBNB

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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