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21/11/2011

Nossa Voz - Greve no BNB 2011

O recado está dado!

O mundo passa por uma crise econômica mundial do capitalismo. Na Europa, os governos tentam implantar planos de austeridade fiscal com o objetivo de pagar a dívida pública aos banqueiros. Quem paga a conta? Os trabalhadores, através da redução ou eliminação de conquistas históricas do estado do bem-estar social europeu. No Brasil, os banqueiros bateram novo recorde de margem de lucro graças às altas taxas de juros da economia brasileira em plena crise econômica mundial.

Começamos nossa greve neste cenário contraditório: crise econômica mundial x lucros exorbitantes do sistema financeiro brasileiro. A prioridade do Governo Federal segue sendo os banqueiros. Se não, vejamos: a presidenta Dilma orientou que as empresas estatais aplicassem reajuste salarial igual à inflação. Para quê? O lucro das estatais faz parte do superávit primário utilizado para pagar os juros da dívida pública aos banqueiros. Quem paga a conta neste caso? Nós.

Felizmente, a categoria como um todo não concordou com isso e foi à luta. Em minha opinião, os bancários do BASA e do BNB merecem destaque especial neste processo. Sempre fomos tratados como bancos de segunda categoria. No entanto, o BASA e o BNB cumprem um papel que o Sistema Financeiro Nacional não faz: contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável das regiões Norte e Nordeste, respectivamente. Os bancos privados não aplicam sequer o percentual obrigatório da poupança rural em crédito rural, isto é, preferem depositar o dinheiro do Banco Central. O Banco do Brasil se aproxima cada vez mais do Bradesco. A Caixa ainda tem um papel importante através do crédito imobiliário e dos programas de transferência de renda do governo.

Por conta do desrespeito e das propostas rebaixadas, sustentamos nossa greve por 29 dias e os colegas do BASA ainda estão em greve quando escrevo este texto (mais de 40 dias de greve). Mostramos que merecemos respeito e temos dignidade. Não somos qualquer coisa. Somos singulares pela tarefa que cumprimos nas regiões Norte e Nordeste.

Nesta campanha salarial, a base mostrou o caminho. Tomou a greve para si e não esperou que a diretoria da AFBNB e as diretorias dos sindicatos resolvessem tudo. Todos estão de parabéns! Porém, sem querer discriminar ninguém, o piquete de greve do Passaré cumpriu um papel fundamental. Primeiro, porque conseguimos a maior adesão no Passaré nos últimos 16 anos. Segundo, porque, no momento em que o Banco apresentou uma proposta pior que a da Fenaban, o piquete deliberou realizar reuniões nos blocos da Direção Geral. Fizemos ao todo 16 reuniões e conseguimos novas adesões em praticamente todas elas. Terceiro, porque isso deu um novo ânimo para a continuidade da greve. Resumindo, tivemos uma grande vitória política e organizativa ao sustentar uma greve forte sem o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Estamos de parabéns!

Tivemos vitórias econômicas também, porém as pendências históricas do Governo FHC permanecem. Dentre elas, a isonomia de tratamento. A responsabilidade da não solução destes problemas é do Governo Dilma, na medida em que aplica uma política de arrocho salarial para beneficiar os banqueiros em detrimento da categoria. Precisamos nos organizar cotidianamente para superar isso. Como? Se candidatando a representante da AFBNB e delegado sindical, participando das assembleias e dos congressos, buscando informação no site da AFBNB e dos sindicatos, contribuindo nos piquetes de greve etc. 
O recado está dado! Os bancários do BNB e do BASA merecem respeito!

*Henrique Eduardo Moreira é
conselheiro fiscal da AFBNB
Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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