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07/06/2011

Nossa Voz - Nossa Voz de cara nova

Dorisval de Lima: E assim se passaram mais oito anos

Os trabalhadores do Banco do Nordeste do Brasil bem que poderiam chegar ao fim de mais um período administrativo na instituição satisfeitos e regozijados por resultados promissores. Isso se não fossem as contradições da gestão que finda no tocante à sua desastrosa política de “recursos humanos”. Arriscaria até dizer, pela falta desta.

Desgastados por situações humilhantes às quais foram submetidos ao longo de muitos anos, com sucessivas subtrações de direitos, acentuadamente durante o regime de exceção, de março/1995 a fevereiro/2003, vislumbraram no período seguinte a esperança de dias melhores. Lavagem das escadarias da sede do Banco (Passaré), mensagens de boas vindas e boa sorte, regozijo virtual, destituições e novas designações ilustram muito bem o que foi aquele momento. Teve até quem mudasse de lado rapidinho, como sempre foi, como sempre será. Tudo para fazer valer o sentimento da época de que “a esperança vencera o medo”.

Passados mais oito anos não se verificaram mudanças substanciais na realidade do Banco nesse tocante. Pelo contrário: o que se viu foi a velha política do mais do mesmo em termos de pessoal. O resultado dessa história é do conhecimento de todos: 1) não cumprimento do princípio constitucional da isonomia de tratamento; 2) práticas de dano e assédio moral; 3) falta de transparência nos processos internos; 4) práticas anti-sindicais; 5) apropriação do sistema de comunicação virtual do Banco para interesse próprio no sentido de atacar e conspirar contra a AFBNB, em flagrante desrespeito à democracia, à livre organização dos trabalhadores e à sua representação; 6) descumprimento de cláusulas dos acordos coletivos, além da demora na assinatura dos mesmos; 7) demissão de trabalhadores por reclamarem direitos na justiça do trabalho, como ocorreu em Pernambuco; 8) descumprimento de sentenças judiciais sobre os passivos trabalhistas; 9) celebração de acordos em condições bem inferiores às sentenças, inclusive com a exclusão de assistidos; 10) manutenção de inconsistências no plano de previdência BD da Capef, atos praticados pela gestão anterior (março/1995 a fevereiro/2003); 11) manutenção das demissões arbitrárias da gestão anterior; 12) e agora, uma novidade grave: rompimento das negociações sobre a minuta aprovada no Congresso, com a imposição de um pacote fechado e celebração do acordo coletivo às escondidas, sem negociação com o conjunto das entidades legalmente constituídas para representar os trabalhadores.

Foi contra esse descaso que a AFBNB se insurgiu desde sempre; não de última hora. Não vou discorrer sobre o assunto, pois isso não é segredo tampouco novidade para ninguém. Faço um convite para quem se interessar em comprovar, refrescar a memória ou até mesmo aceitar os fatos, a fazer um passeio pelas publicações da Associação, principalmente durante o período em referência. Da mesma forma, a entidade se comportará diante de quem vier a estar à frente do Banco no próximo período, caso insista em manter esse descalabro.

É sob esse cenário que está se dando a conturbada sucessão no BNB, sob o domínio das querelas “políticas” e ao sabor dos grupos, endógenos e exógenos, que dominam atualmente esse segmento no Ceará. Tudo para manter o “status quo” do jogo de interesses, cujas conseqüências podem ser nada agradáveis para a instituição e para a sociedade nordestina. Tudo como dantes no castelo de Abrantes! Assim se passaram mais oito anos.

Dorisval de Lima é diretor de Comunicação e Cultura da AFBNB
Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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