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18/04/2011

Nossa Voz - 39ª RCR - AFBNB 25 anos de luta!

Organização dos trabalhadores

O primeiro painel - “A importância da organização dos trabalhadores para as transformações sociais” - foi debatido pela historiadora e Profª. Drª. da Universidade Federal do Ceará (UFC), Adelaide Gonçalves, e pelo técnico em desenvolvimento do BNB e presidente do Conselho Fiscal da AFBNB, José Frota de Medeiros. O diretor Regional BA/SE da AFBNB, Rheberny Oliveira, fez a mediação das explanações.

“A história também é campo de disputa”

Adelaide fez um resgate histórico dos últimos séculos para contextualizar fatos relevantes da história da organização dos trabalhadores, desde os primeiros movimentos operários até os dias atuais. Para ela, “é preciso recuperar os marcos sociais das lutas dos trabalhadores”, pois a história, segundo a professora, por muitos séculos negligenciou-se a contar a luta das classes oprimidas em detrimento a realizar tão-somente crônicas oficiais dos poderosos. De acordo com a palestrante, a “história também é campo de disputa”. Para exemplificar, a professora citou alguns exemplos de movimentos e insurreições populares organizados no Nordeste que a história oficial por muito tempo fez questão de omitir: Balaiada (MA), Caldeirão (CE), Canudos (BA), Palmares (AL), Praieira (PE), entre outros. É nesse contexto que surge, então, a história social, da qual é adepta, que desponta com o compromisso de descortinar e dar vazão às lutas sociais dos vencidos e oprimidos historicamente.

Segundo a professora, a despeito de ter sido a região onde a “primeira globaliza-ção” teve início, no século XVI, com as navegações em busca de especiarias e riquezas do outro lado do Atlântico e as posteriores invasões portuguesas e holandesas, o Nordeste hoje é uma região bastante desigual entre seus habitantes e em comparação com outras regiões do Brasil, e esta realidade perdurará enquanto vivermos sob o capitalismo, pois, diz a historiadora, “o capital não desenvolve o espaço onde atua de modo igual; é da sua natureza a desigualdade; sob o capitalismo, as formas de desigualdades serão, no máximo, mitigadas”.

A historiadora ainda ressaltou a importância da AFBNB em muitas das conquistas dos trabalhadores do BNB e no fortalecimento do Banco enquanto indutor do fomento da região nordestina. Para ela, apesar do pouco tempo de existência da Associação em termos históricos, uma vez que as associações de classes começaram a vir à tona aproximadamente 200 anos atrás, “a AFBNB tem páginas bem singulares na história da organização dos trabalhadores nas conquistas sociais”.

Muitas lutas e conquistas em 25 anos!

Medeiros fez um passeio pelos 25 anos da Associação, trazendo à lembrança muitas lutas encampadas e vanguar-deadas pela entidade, a exemplo da criação do FNE; da recriação da Sudene e das inúmeras conquistas para os trabalhadores do BNB. Para o técnico em desenvolvimento do BNB, “a AFBNB foi filha da esperança da vitória do povo brasileiro contra a ditadura militar”.

Ao trazer as questões funcionais do BNB para discussão, Medeiros frisou a necessidade de um PCR digno, pois se assim fosse, “os funcionários do Banco não precisariam estar em uma luta fratricida para conseguir funções”. Ainda em relação às questões que afligem o funcionalismo, ressaltou a importância de se levar em conta o princípio da isonomia em qualquer que seja a ação a ser desenvolvida pelo Banco, uma vez que “a igualdade é a mãe de todas as leis e de todos os valores humanos”, sentenciou.

O ex-presidente da AFBNB falou ainda sobre a importância  para a região de o Banco do Nordeste manter seu caráter social, distanciando-se de um viés comercial. “O BNB deve ser o braço do estado na região com o propósito de combater as desigualdades regionais”.
Ao abordar a necessidade de se pensar um plano nacional de desenvolvimento regional, Medeiros parafraseou Mangabeira Unger ao afirmar que o Brasil somente terá solução se o Nordeste tiver solução, ao passo que o Nordeste só terá solução se o semiárido tiver solução.
Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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