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09/02/2011

Nossa Voz - Em 2011, mãos à obra!

"Temos de nos organizar para a luta"

Muito se falou do arrefecimento do movimento sindical brasileiro, de um modo geral, com a vitória de um metalúrgico para a presidência. Qual sua avaliação sobre isso? Essa postura trouxe perdas para os trabalhadores ou o momento histórico era mesmo de alinhamento?

A vitória do Lula gerou uma grande expectativa na classe trabalhadora, principalmente por causa da sua história de vida. Muitos trabalhadores acreditaram que a nossa classe tinha chegado ao poder. Mas, na verdade, o governo Lula em seus dois mandatos foi um governo de Frente Popular, ou seja, um governo de conciliação dos interesses da burguesia com os interesses da classe trabalhadora, mas a serviço da burguesia. Lula foi um continuador da política de FHC. Porém, o principal motivo para o arrefecimento das lutas foi a cooptação de setores importantes do movimento social, como a CUT, a UNE e setores do próprio MST. Estes setores passaram a ser correia de transmissão dos interesses do governo no seio de nossa classe. Exemplos dessa política encontramos na omissão da CUT por ocasião da reforma da previdência dos servidores públicos e na postura da CONTRAF-CUT nas campanhas salariais bancárias, de abandono da luta pela reposição das perdas do Plano Real e de defesa de índices rebaixados.

O PSTU manteve uma postura de oposição em relação ao governo, mas é inegável que o modelo adotado trouxe benefícios para a população mais pobre, historicamente excluída. Que ponto prioritário poderia ter avançado e não avançou?

Na verdade a política de Lula em relação à população mais pobre foi seguir a cartilha do Banco Mundial. Vários são os pontos que precisam ser avançados, a começar pelo reajuste do salário mínimo. É uma indecência o que está sendo feito pelo governo e os parlamentares que se deram reajustes de 63% a 137%, e querem dar um reajuste irrisório no salário mínimo. A tragédia da Região Serrana do Rio de Janeiro, com centenas de mortes, evidencia a total ausência de uma política voltada para os mais necessitados. Ninguém mora em área de risco porque gosta de correr perigo, porém com este salário e o grande número de desempregados, acaba sendo a única alternativa. Não existe um plano de moradias populares. O governo Lula, em 2010, só realizou 40% do orçamento que estava previsto para prevenção de enchentes, sendo que desta verba só 0,06% foi destinado para o Rio de Janeiro.

Quais as expectativas do PSTU com relação ao mandato de Dilma?

Infelizmente, para nós trabalhadores, o Governo Dilma será um governo de continuidade da política do Governo Lula. Vários ataques já estão sendo sinalizados: uma nova reforma da previdência; corte de gastos públicos, que penalizarão educação e saúde, já em estado de penúria; congelamento do salário dos servidores, etc.

Quais os principais desafios da classe trabalhadora para os próximos anos?
Temos que levar em consideração que o Governo Dilma se inicia em meio a uma grave crise do capitalismo em nível mundial. Estamos assistindo a uma série de ataques a conquistas dos trabalhadores na Europa, com o objetivo de fazer com que estes paguem pela crise. O positivo é que a classe trabalhadora européia tem dado uma resposta à altura, com greves gerais como aconteceu na Grécia, na França, na Espanha e grandes mobilizações como vimos na Inglaterra, Portugal e outros países. São nessas greves e mobilizações que temos de nos inspirar para respondermos aos desafios que estarão colocados para a classe trabalhadora nos próximos anos.
 
Apesar dos lucros dos banqueiros, os bancários ainda penam com salários rebaixados, assédio moral e trabalho gratuito. Como resgatar a dignidade desses trabalhadores?

Primeiramente temos de nos organizar para superar as traições da CONTRAF-CUT, que é hoje a direção majoritária da categoria. Neste sentido é muito importante fortalecer a iniciativa do MNOB - Movimento Nacional de Oposição Bancária, encabeçada pelos Seeb-MA, Seeb-RN e Seeb-Bauru, de construir uma campanha alternativa, com pauta alternativa, que recoloque a luta pela reposição das perdas, pela isonomia e pela estabilidade no emprego. Temos de denunciar a política de Mesa única da FENABAN, que visa rebaixar nossos índices e organizar a categoria para uma campanha unificada de fato nas lutas, voltada para a obtenção de conquistas.

Leia a íntegra da entrevista no site da AFBNB: www.afbnb.com.br/noticias_detalhes.asp?Cod=7401
Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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