Uma forma de buscar solução para esse problema seria a implantação de um sistema de ponto eletrônico. No BNB, mesmo a passos de tartaruga, o assunto caminhava, tendo inclusive sido elaborado um acordo específico e discutido com as entidades, mas pelo entendimento do Banco, após alterações na norma feitas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), voltou-se à estaca zero. Outra iniciativa que aplacaria esse mal seria a contratação de mais funcionários, inclusive com a convocação dos aprovados no último concurso e a continuidade permanente dessa política.
Dano/Assédio moral
2010 foi um ano repleto de denúncias de casos de dano/assédio moral, alguns deles com grande repercussão, por terem tido desdobramentos para além do BNB, como ações civis contra o Banco e denúncias no Ministério Público do Trabalho. Ninguém está imune aos danos e/ou assédios. Uma representante da AFBNB em Minas Gerais sofreu retaliações por ter sido a única de sua agência a aderir à greve em 2009, tendo as perseguições se prolongado por 2010. Outro caso conhecido aconteceu em Picos (PI). O gerente responde a processos de maus tratos movidos inclusive por clientes da agência. Um dos funcionários do Banco, após ter recorrido a todas as instâncias (comissão de ética, superintendência, gestão de pessoas...) denunciou o fato ao Ministério Público do Trabalho e está com ação tramitando em segunda instância, em Teresina. Após a repercussão, o gestor mudou de comportamento, o que melhorou as relações de trabalho na agência, mas o gerente continua firme e forte no seu posto.
Condições de trabalho
Filas extensas, insegurança, infraestrutura inadequada. São inúmeras as reclamações quanto à falta de estrutura do Banco: banheiros quebrados, superlotação nas agências, entre outros, têm sido uma dor de cabeça para todos – clientes e funcionários. Na reunião de negociação de abril de 2010, as entidades cobraram do Banco o cronograma de reformas das agências. Em junho do mesmo ano, em reunião específica entre a AFBNB e Superintendência de Desenvolvimento Humano, esta informou que existia um calendário de reformas aprovado e em execução, cujo prazo estaria atrasado por conta de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Banco em alguns estados, pelo qual o Banco teria que priorizar obras que garantam a acessibilidade. Infelizmente, denúncias de sindicatos e repercussão na imprensa não têm contribuído muito para a mudança de cenário. No entanto, continuaremos cobrando até que tais problemas sejam solucionados.
Avaliação 360º
A avaliação deveria ser um instrumento de aperfeiçoamento do trabalho e das relações, entretanto tem sido utilizada como mecanismo de pressão e casuísmos. Apesar de se basear em um tripé – avaliação individual, dos demais funcionários da agência e do gestor – o que conta, segundo nos é relatado, é a avaliação do gestor e esta é feita na maioria dos casos na subjetividade. Exemplos: funcionários que sempre foram bem avaliados por seus colegas e pelo gestor e ao mudar o gerente passam a ser mal avaliados ou ainda recebem ameaças veladas do uso da avaliação. Ainda acontecem situações em que avaliação é feita por funcionários que não trabalham diretamente com o avaliado. E também casos em que embora avaliados bem pela equipe, prevalece apenas a nota atribuída pelo superior, configurando-se num flagrante casuísmo para decisões futuras a cerca dos funcionários.
Falta de transparência e isonomia nos processos internos
Que critérios são utilizados para os comissionamentos? E para as transferências? Por que apesar de exercerem as mesmas atividades, com o mesmo nível de responsabilidade e cobrança, um funcionário recebe comissão e o outro não? Se há concorrência, o que garantiu a vaga ao selecionado? Que cursos, que perfil o funcionário precisa ter para ocupar determinada função? Questões como essas são recorrentes e não têm resposta convincente ainda. Algumas superintendências abrem concorrência, enquanto em outras vale o grau de “amizade” com gestores. O que a AFBNB defende é a existência de parâmetros concretos e transparentes, que valham para todos. Isso evitará desgaste, descrédito por parte dos funcionários, ações que enfraqueçam a imagem do Banco e a banalização dos instrumentos existentes.
Camed/Capef
O plano de saúde dos funcionários do BNB padece e quem paga a conta literalmente são os trabalhadores. 2010 foi o ano dos aumentos na Caixa Médica e apesar deles a situação financeira não está equilibrada, o que leva a crer que é preciso atacar os verdadeiros problemas que levaram ao déficit: inexperiência administrativa? Má gestão? Incompetência? Insolvência? A AFBNB defende um processo de diagnóstico sobre a real situação da Camed, inclusive se for necessário com a instalação de uma auditoria externa e também a elaboração de um plano de ação para reestruturar a Caixa. Em janeiro deste ano, foi instalada uma Comissão Paritária para apresentar resultados e resoluções que apontem em um novo direcionamento para a Caixa Médica. O objetivo crucial da comissão é buscar soluções para a saúde financeira da Caixa. A comissão terá um prazo de 60 dias para apresentar suas sugestões.
Quanto à previdência, em 2010 os trabalhadores do BNB puderam comemorar a efetivação do Plano CV1, que atende principalmente a quem ingressou no Banco a partir de 1997. Mas pendências quanto ao plano BD continuam na estaca zero: quem está nessa situação tem o benefício atrelado ao salário de 1997, o que inviabiliza a aposentadoria. Por conta disso, as estimativas são de que existam cerca de mil funcionários aptos a se aposentarem pela Capef e que não o fazem devido à queda brusca de rendimento, justo na fase da vida em que precisam de mais cuidados. A AFBNB defende uma solução para o Plano BD. Várias reuniões foram realizadas em 2010 com a Capef para tratar do assunto e um fórum foi organizado pela Associação para discutir as duas coligadas. A saída seria aporte de recursos, por parte do Banco ou diretamente do Governo Federal. A AABNB, por exemplo, tem ação na Justiça nesse sentido, além da existência de ações individuais também com esse objetivo. |