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13/08/2010

Nossa Voz - Desenvolvimento e ano eleitoral: debate imprescindível

Desenvolvimento Social ou Modernização Conservadora?

O que queremos para a nossa região e para o nosso país depende em grande parte do modelo de desenvolvimento adotado e da capacidade de mobilização da sociedade.

No Brasil, no período compreendido entre 1995 e 2008, segundo dados do comunicado “Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil”, do IPEA, divulgado em julho deste ano, cerca de 13 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza absoluta (rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal), o que fez com que a taxa nacional dessa categoria de pobreza caísse 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%. O número ainda é muito alto, se somarmos a ele os mais de 13 milhões de brasileiros que vivem na extrema pobreza, ou seja, com rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal.

Por outro lado, os avanços tecnológicos crescem a cada dia. Aparelhos celulares e computadores de última geração são exemplos, mas que não conseguem solucionar problemas como o acesso à água ou ao saneamento básico, fundamentais para a saúde e o bem estar do ser humano, mas anda longe de ser realidade para milhares de famílias brasileiras.

O Comunicado do IPEA constata ainda o que nós, nordestinos, sabemos na prática: o abismo social e econômico entre as regiões brasileiras ainda está longe de ser superado. Os três estados com as maiores taxas de pobreza estão no Nordeste (AL, MA e PI, respectivamente), enquanto que os três com menores taxas estão no Sul e Sudeste (SC, SP e RJ).

Apesar das melhorias significativas - em 2005 eram mais de 41% da população nordestina vivendo na extrema pobreza - a região Nordeste apresentou em 2008 mais do que o dobro da média nacional no número de pessoas vivendo nessa situação. Enquanto no Brasil era 10,5% da população, no Nordeste era 24,9% e no Norte, 17,6%. Já no Centro-Oeste esse percentual é de11,6%; no Sudeste, 6,9% e no Sul 5,5%.

Para reverter esses dados, o modelo de desenvolvimento – as políticas públicas, as estratégias das instituições públicas etc – deve estar focado no retorno social das políticas, e não na modernização conservadora. Segundo José Frota de Medeiros, presidente da AFBNB, a explicação é simples: “a modernização conservadora aponta na perspectiva da revolução técnica e não da social; ela cria riqueza, mas não a distribui, e no processo das transformações sociais ela não tem a presença do povo; é uma revolução passiva”.

“Nós queremos uma revolução social, uma revolução das reformas, que combata as desigualdades sociais, regionais e entre países; isso é fundamental, porque não adianta estarmos na era da informática e da cibernética e convivermos com a realidade em que pessoas ainda morrem de fome. Isso do ponto de vista ético e humanístico, é inaceitável”, afirma Medeiros.

Nesse contexto, o papel do BNB tem que ser um contraponto. De que maneira? Medeiros aponta numa perspectiva: “nós temos diversos instrumentos, sendo o principal deles o crédito. Então o crédito pode ser distribuído de modo que responda às necessidades dos pequenos, médios e mesmo dos grandes produtores, mas deve trazer nos seus critérios de análise e concessão os quesitos de distribuição de renda e de riqueza para a região”. Partindo desse princípio, os resultados consequentemente serão mensurados a partir de seu impacto social.
Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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