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29/01/2010

Nossa Voz - BNB e AFBNB: décadas de lutas pelo Nordeste

Faltou consenso para salvar o planeta

Faltou consenso para salvar o planeta

Laudenice Oliveira*

Nos últimos anos, a natureza tem se mostrado bastante atingida com a forma com a qual homens e mulheres exploram os seus recursos naturais. A lógica que o capitalismo adota para garantir  o seu desenvolvimento mundialmente deixa marcas inreversíveis  no que se refere a proteção do planeta e suas riquezas naturais. Hoje, a crise de recursos hídricos é uma realidade,  a água para o abastecimeno humano já é um grande problema em vários continentes. As mudanças climáticas apontam para efeitos devastadores caso não tomemos decisões importantes para proteger a nossa biodiversidade. Lembrando ainda, que os processos acelerados de desertificação colocam em risco a produção de alimentos no mundo inteiro.

Todos esses fenômenos e acontecimentos nos mostram a necessidade premente de cuidar melhor do nosso planeta. Um cuidado que as diversas nações do mundo já perceberam que não podem deixar de considerar quando planejam suas ações de desenvolvimento. Entretanto, entre perceber e adotar medidas necessárias e práticas para construir um desenvolvimento sustententável  há uma grande distância. Foi o que nos mostrou a XV  Conferência das Nações Unidas Sobre o Clima (COP XV), realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro passado, em Copenhague, Dinamarca. Os líderes de 195 países alí reunidos não conseguiram chegar a um acordo climático global para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. O máximo que conseguiram foi empurrar as decisões práticas para a próxima conferência que acontecerá no final deste ano, no México. Em duas semanas de discussões, restou apenas um documento de intenções. O poder econômico dos países mais ricos foi maior do que a necessidade de se salvar o planeta e consequentemente a humanidade.

Podemos dizer que foi um resultado frustante, pois não se chegou a nenhum consenso sobre as medidas a serem tomadas para mudar  os drásticos prognósticos sobre as mudanças climáticas. O capitalismo se sobrepôs à necessidade de pensar o desenvolvimento a partir da sustentabilidade da terra com sua biodiversidade. Diante  da dúvida de sugerir novas tecnologias para substituir determinadas ações ou manter o lucro das indústrias, comércio e os diversos segmentos econômicos, optou-se em deixar para o futuro essas decisões. Quem sabe, até lá se encontre uma forma de unir práticas sustentáveis com o lucro, já que no cerne do capitalista, este último é o mais importante.

Enquanto isso, continua em risco a vida no planeta, em particular a nossa vida e as futuras. Individualmente, o que podemos fazer é repensar os nossos hábitos de consumo, já que muitas vezes somos levados e levadas a comprar e levar para casa coisas nem sempre necessárias. Precisamos também cuidar da natureza e dos espaços onde vivemos e frequentamos. É necessário cobrar dos órgãos públicos e dirigentes políticos ações que busquem a preservação ambiental e a melhoria das condições de vida das comunidades mais pobres, já que são elas as pricipais vítimas dos fenômenos da natureza, provocados pelo seu desequilíbrio.

Do ponto de vista das políticas voltadas para o meio rural, é importante lembrar que em nosso país as famílias agricultoras vêm assumindo o papel histórico de manejar e preservar a natureza com condições de atender as nossas necessidades. A agricultura familiar e camponesa tem traçado uma trajetória de páticas agroecológicas para a produção de alimentos saudáveis num perspectiva de preservação da biodiversidade. Portanto, é importante o incentivo e o apoio nas políticas de financiamento para essa agricultura que interage tão bem com a natureza e com o ser humano, sempre dentro do marco da sustentabilidade.

* Laudenice Oliveira é jornalista do Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, em Recife-PE, atuando junto ao Movimento Agroecológico

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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