Aplicações de crédito recordes a cada ano. Se os números referentes a 2008, divulgados no ano passado, já foram amplamente comemorados, imaginemos agora, com as aplicações de 2009 totalizando R$ 20,8 bilhões, 50% superiores às de 2008... Sem dúvida, colocando na ponta do lápis, muito foi feito por esta gestão. E isso deve ser reconhecido.Por outro lado, muito ainda há por ser feito, sobretudo no que se refere à política de recursos humanos.
E por que a ênfase na política de RH? Simples: sem pessoas não há Banco! Transparência, sinceridade e abertura para o diálogo precisam estar presentes quando se lida com a diversidade e a complexidade que é o ser humano. Mesmo que algumas medidas agradem a uns e desagradem a outros – o que é inevitável – será a maneira como as decisões são tomadas e o processo como são implementadas que fará a diferença.
Pendência – Desde o início da gestão atual, o Banco se comprometeu em solucionar os passivos trabalhistas, que são ações impetradas pelos sindicatos de bancários contra o BNB. No entanto, os passivos se tornaram uma das maiores pendências do Banco do Nordeste com o funcionalismo.
A AFBNB, enquanto entidade integrante da comissão de negociação, vem cobrando constantemente a quitação dos passivos nas reuniões com o Banco. Na última campanha salarial, a Superintendência de Desenvolvimento Humano se comprometeu a iniciar negociações com todos os sindicatos que possuem ações. Até mesmo o compromisso de um calendário nesse sentido não foi cumprido.
Além dos passivos trabalhistas, existe uma série de outras pendências que são atos de gestão e o Banco poderia se esforçar em resolvê-las, em respeito e valorização aos seus trabalhadores. Entre as várias demandas estão a revisão do Plano de Cargos e Remuneração (PCR) – condizente com um banco de desenvolvimento – processo iniciado, mas ainda não concluído; isonomia de tratamento entre todos os trabalhadores do BNB; implantação global do Plano de Funções, Plano CV, dentre outras.
O Projeto de Lei 343/2007, que prevê a reintegração dos demitidos do BNB de fevereiro de 1995 a março de 2003 é outra luta que já se arrasta há anos. O PL já recebeu parecer favorável nas duas Comissões pelas quais tramitou e na audiência pública realizada em novembro do ano passado ficou claro que, havendo interesse por parte do Banco, o problema poderia ser solucionado.
E o Plano de Funções?
O Plano de Funções em Comissão se arrasta já há tempos, inclusive com a indicação do Banco de que este deveria ser implantado junto com o PCR. O mais perto de sua implementação ocorreu em junho de 2008, quando o Banco adequou algumas funções (através do Plano de Adequação de Funções), mas ainda de forma paliativa.
Em maio do ano passado, a AFBNB divulgou planilhas do Plano de Funções (documento elaborado e disponibilizado pelo Banco à CNFNB), que mais gerou dúvidas do que esclareceu. Nessa planilha, por exemplo, a função de caixa não existia. Todas as dúvidas foram sistematizadas e entregues à Superintendência de Desenvolvimento Humano, sem respostas até o momento.
A expectativa, entretanto, é de que o PFC seria implantado no ano passado. Chegou-se até mesmo a estipular a retroatividade de sua vigência a 1º de julho. Meses depois, o que existe de concreto é a implantação segmentada do Plano, medida totalmente reprovada pela Associação. “A Associação não concorda com essa forma de tratamento diferenciado que o Banco faz com funcionários e cobra, mais uma vez, uma política isonômica. Em relação à demora para a implantação do Plano, é preciso que haja mobilização forte, a exemplo da que está havendo na Caixa Econômica”, afirma o diretor de comunicação, Dorisval de Lima.
A AFBNB sempre cobrou que, no novo Plano de Funções, as questões apontadas pela base fossem contempladas, a exemplo da isonomia em todos os aspectos. Outros pontos levantados foram retroatividade, valorização das funções técnicas e sua compatibilidade com as funções do BNB como banco de desenvolvimento.
“Defendemos um calendário de lutas, para pressionar o Banco pela apresentação de um Plano de Funções condizente com um banco de desenvolvimento”, defende Dorisval. |