Durante os 33 dias de greve no BNB foram inúmeras trocas de informações entre os funcionários entre si, com a AFBNB e com os sindicatos. Foram inúmeros os exemplos de coragem e determinação que nos fazem sentir honrados em representar os trabalhadores do BNB. A greve este ano começou forte, mas o exemplo dos que aderiram sem dúvida foi o impulsionador para aqueles que ainda tinham dúvidas. Ao final, solidariamente e conscientemente, os trabalhadores do BNB se uniram em busca de um único objetivo: melhoria nas condições de trabalho.
Abaixo, publicamos apenas algumas das várias mensagens - por limitação de espaço - de avaliaçao do movimento.
“No norte de Minas Gerais, aqueles colegas que não participaram do movimento em Minas não interferiram e respeitaram a todos que lutaram pelo direito de todos, salvo aquelas pequenas discussões acaloradas inerentes ao movimento sindical. Um fato interessante é que a forma de assembléia específica do BNB (antes criticada por todos) foi boa porque ainda que outros bancos públicos como o BB e CEF tenham fechado acordos antes, a nossa greve continuou forte.
O SEEB-MOC não se coadunou com a política de assembleísmo sem uma pauta certa a discutir - razão do que aconteceu em Fortaleza com esvaziamento das pessoas e finalizando a greve com diferença de apenas 02 dois votos. Queremos reconhecer o trabalho de todos os representantes eleitos da AFBNB da nossa Super-MG-ES (inclusive companheiros que assumiram o papel de representantes em unidades que não possuiam), assim como dos diretores do SEEB-MOC pelo constante apoio ao movimento e saudar os companheiros de todas as agências que aderiram à greve e o incentivo mútuo para a continuidade na luta que ocorreu entre nós.
Queremos agradecer a toda a Diretoria da AFBNB pelo constante apoio diariamente dirimindo nossas dúvidas, orientando e colaborando com o movimento. Enfim para não cometer injustiças, agradecemos a todos que fizeram forte e altivo o movimento aqui na base Montes Claros - que não termina, apenas está suspenso. Voltamos ao trabalho com tranquilidade, ética, dignidade e de cabeça erguida. Companheiros, A LUTA CONTINUA!
(Reginaldo Medeiros, representante da AFBNB em Montes Claros/MG)
Será que esta administração do Banco é realmente aquela que se dizia preocupada com os Funcionários, no Governo Fernando Henrique? Eu estou de boca aberta. (Uma funcionária do RN)
Decepcionante o desfecho do movimento grevista finalizado hoje. A impressão que se tem, a julgar pelos resultados, é que uma das questões mais caras aos funcionários com menor tempo de casa, o PCR, foi solenemente ignorada na mesa de negociações. Nas diversas notas que o Banco produziu a questão ou era ignorada ou era mencionada en passant, sem qualquer ênfase. Agora, novamente a área de DH do Banco vem com a história de que o assunto será objeto de estudos, grupo de trabalho, etc... Já vi esse filme antes e não acredito mais nele. Aposto que vão dar outra barrigada até o próximo ano. Penso que o abismo entre antigos e novos vai-se acentuando a cada dia. Ao fim e ao cabo, a greve foi apenas por alguns trocados a mais no contracheque e uma gorjeta de R$ 500,00 que não resolve nada, só nos deprime, só nos desvaloriza, porque menospreza o nosso trabalho, a nossa dignidade”.
(Um funcionário do BNB)
A luta continua, em todas as gerações e modelos econômicos sempre existiu o antagonismo entre o capital e o trabalho. Os donos do poder usaram suas táticas de desmobilização, até desmoralização, do movimento. Não perdemos a guerra, mas uma parte de uma batalha que sugere a continuidade da luta em busca do que nos foi ultrajado. (Edilberto Dias, delegado Sindical/representante suplente da AFBNB em Santa Cruz/RN) |