O final do mês de setembro e o mês de outubro foram marcados pelo ápice da campanha salarial dos bancários. Ápice porque foi o período em que já não se conseguia nada com o diálogo e partiu-se para o ato extremo que é greve.
Mas a luta não acabou. Seguem-se agora as negociações específicas, que tratam de cláusulas inerentes à cada instituição e que seguirão acontecendo até a próxima campanha salarial.
Ao contrário do que muitos previam, esse momento de greve foi forte e coeso em todos os bancos, em especial nos bancos públicos, apesar do índice pedido pelo Comando Nacional ter sido considerado rebaixado por muitos - de 10%.
A greve foi forte porque não se queria apenas índices e atendimento às cláusulas econômicas, mas sim mostrar a insatisfação do trabalhador das instituições financeiras com a realidade em que vivem e trabalham, em contraposição aos lucros e resultados dos Bancos.
Mas, se a greve começou forte, não foi assim no final do processo. Isso porque ao longo dos 33 dias de movimento, a greve em muitos bancos foi ficando pelo caminho...
Os bancos privados encerraram a greve após 15 dias de seu início; seguidos pelo Banco do Brasil, que voltou um dia depois. Os trabalhadores do Banco da Amazônia aceitaram a proposta apresentada e retornaram ao trabalho depois de 26 dias de paralisação. Na CEF, os bancários estiveram mobilizados por 28 dias e no Banco do Nordeste - com exceção da base do Ceará e de Campina Grande, onde a greve acabou antes - os trabalhadores seguiram firmes por 33 dias.
Infelizmente, a saída da greve não se deu diante do atendimento às reivindicações, nem mesmo em parte, em nenhum dos bancos. Infelizmente também não se pode falar em “melhor ”, mas sim em proposta “menos ruim”. E por que isso acontece?
O Nossa Voz desse mês faz uma retrospectiva da greve e traz diversas avaliações. Confira. |