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01/09/2009

Nossa Voz - O indispensável papel do Agente de Desenvolvimento

Campanha salarial: qual o melhor índice?

O objetivo desse texto não é causar desânimo em quem quer que seja, mas sim relembrar a todos, em um momento de tamanha importância para os trabalhadores bancários como é a campanha salarial, que exigir melhorias – sejam elas salariais, seja nas condições de trabalho etc. – além de direito é um dever da categoria. Deve-se buscar sempre o ideal e não contentar-se só com o possível!

A campanha salarial deste ano já começa desestimulando a muitos, uma vez que o índice a ser cobrado pela Contraf à Fenaban é rebaixado e não representa nem de perto o que os trabalhadores esperavam, sobretudo porque não se deve olhar apenas para a reposição da inflação, mas ter em mente a reposição das perdas passadas.

Prova disso é que os sindicatos estão apresentando índices diferenciados, cujas deliberações se deram por meio dos diversos fóruns da categoria, tendo sido referendada em assembléia geral da categoria em cada base estadual. Os Sindicatos do Ceará e de Sergipe reivindicam ganho real de 10% mais a inflação, ou seja, 15% de reajuste. A Contec está reivindicando um índice de 12% mais mesa permanente para discutir reposição das perdas. Maranhão e Rio Grande do Norte entregaram a pauta à Fenaban, onde cobram reajuste salarial de 30%, com reposição escalonada das perdas passadas dos bancos públicos. “O sindicato não se fundamenta em utopia; outras categorias que lutaram conseguiram e nós estamos no caminho certo para um dia conseguir, só depende de nossa organização”, afirma Francisco Ribeiro, o Chicão, diretor do Seeb-RN e da AFBNB.

E ele está coberto de razão. As reivindicações estão longe de parecer absurdas. Na campanha salarial de 1987 os bancários cobravam 100% de reajuste, com slogans como “Eu lasco e arrebento, mas sai os 100%”. Absurdo? Conquistaram 44,56% de reajuste.

É lógico que a situação econômica pela qual passava o país naquele momento era completamente diferente de hoje, com a implantação da URP (Unidade de Referência de Preços) e uma inflação que saltou de 65,04% em 1986 para a estratosférica 415,83% em 1987. Mas a reflexão que propomos aqui não é exatamente de valores e percentuais, mas sim de postura diante do patrão que, independente do momento econômico, lucra em cima da exploração do trabalhador.

Apesar da crise, os bancos brasileiros, públicos e privados, lucraram – e muito – e continuam lucrando. O Itaú, por exemplo, teve lucro líquido de quase R$ 5 bilhões de reais apenas no primeiro semestre deste ano; no Bradesco, o lucro líquido foi de R$ 4 bilhões. No Banco do Brasil, apenas no segundo trimestre o lucro líquido foi de mais de R$ 2 bilhões, o que representou um crescimento de 42% se comparado ao mesmo período do ano passado. E o BNB segue a mesma tendência de crescimento: neste primeiro semestre, o BNB registrou crescimento de 40,5% em comparação aos valores aplicados no mesmo período do ano passado. Em outras palavras: o bolo está crescendo mas as fatias continuam engordando uns poucos.

Para Chicão, toda campanha salarial é difícil. “Os dois lados defendem posições antagônicas; não podemos nos acomodar na postura de concordar com a defesa de um reajuste para o trabalhador de 10%, que parece até gorjeta de garçom e uma pedida de PLR em de mais de 3 salários”. Para ele, a categoria não deve se conformar com um reajuste tão baixo e uma PLR tão alta, quando o necessário é corrigir as perdas passadas, que giram em torno de 114%.
“Precisamos trabalhar uma Campanha Salarial não cobrando índice rebaixado, mas lutando pelas questões específicas, como reposição das nossas perdas passadas, pelo retorno da Licença-Prêmio, piso do DIEESE, PLR de 25% linear para todos os bancários, contra a proposta de acordo bienal que não está descartada... Temos que ficar atentos”, conclui Chicão.
Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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