Crise econômica é o assunto que mais se discute no Brasil nos últimos meses – e porque não dizer, em todo o planeta. Todos os problemas do mundo parecem advir dela e a solução apontada por economistas neoliberais em grandes veículos de comunicação passa pela injeção de recursos estratosféricos, pelo Estado, na economia, contradizendo a própria lógica neoliberal. Ao cidadão comum, pobre mortal, resta arcar com os efeitos da crise: recrudescimento do desemprego, cortes nos salários, aumento dos preços de produtos e afronta aos direitos dos trabalhadores...
As opções dadas ao trabalhador parecem não deixar escolha. Um exemplo? O programa Fantástico, da Rede Globo, em meados de fevereiro trouxe a seguinte enquete: “Se a sua empresa lhe fizesse a proposta, você estaria disposto a diminuir temporariamente sua carga horária e o salário para salvar o emprego?”. A resposta positiva ganhou disparada, como se a única alternativa se superação tivesse que sair à custa do sacrifício da classe trabalhadora. Como se o trabalhador é que devesse pagar pela crise...
Não somos ingênuos. A crise já existia há muito tempo para a camada mais pobre da população e para as regiões menos desenvolvidas. Ela não é apenas econômica: é estrutural, social, ambiental... Afinal, um sistema que promove desigualdade social, concentração de renda e exploração do trabalho de forma desumana, que valoriza o capital acima do ser humano e do meio ambiente como o capitalismo, traz como conseqüência um colapso, ao qual chamamos de crise. Mas desta vez, a diferença é que a criatura se voltou contra o criador e quem sempre lucrou com o capitalismo começou a ver seu castelo ruir.
Nesse contexto, como devem agir as instituições de desenvolvimento? Que contraponto devem oferecer para superar essa situação? É para debater essa questão que a AFBNB realizará nos dias 27 e 28 de março a 35ª edição da Reunião do Conselho de Representantes, na cidade de João Pessoa (PB). Será um momento de reflexão e de formação de opinião, sob a ótica dos trabalhadores de um banco de desenvolvimento. Será momento também para discutirmos sobre o papel do Banco do Nordeste, sobre o processo de reestruturação de agências em curso e as propostas para o plano de função e a revisão do plano de cargos recentemente apresentadas. Sem dúvida será uma RCR que ficará marcada na história da AFBNB e de seus representantes. |