Para além do corporati-vismo, a AFBNB luta pela valorização do corpo funcional do Banco do Nordeste. Ao longo do ano, a Associação desempenhou papel importante enquanto entidade representativa dos funcionários, não se calando diante de injustiças, repercutindo denúncias, aproximando-se da base, lutando pela manutenção, resgate e ampliação de direitos, dentre outras ações.
Ainda em janeiro, a AFBNB cobrou o envio do Plano de Funções para as entidades representativas, uma vez que o Banco havia estipulado a data em 20 de dezembro de 2007. Desde então, a Associação vem criticando o Banco pelos sucessivos prazos desrespeitados. Destarte, durante todo o ano a AFBNB esteve atenta e incansável na luta por um novo Plano de Funções que contemplasse os anseios do conjunto do funcionalismo, participando das reuniões de negociação e cobrando, incisivamente, maior transparência do Banco na construção desse novo plano.
Com relação ao ponto eletrônico, a AFBNB demonstrou firme postura na sua implantação enquanto inibidor do assédio moral e da extrapolação da jornada. Seguindo a orientação do seu Conselho de Representantes, reunido em Recife (PE) no mês de abril, na 33a RCR, posicio-nou-se em desacordo com o Banco de Horas. Em julho, com o objetivo de contribuir com o processo de implantação do ponto eletrônico nas unidades do Banco do Nordeste do Brasil, a entidade realizou uma sondagem junto aos funcionários quanto às principais dúvidas, reclamações e falhas relacionadas ao novo sistema. Em novembro, encaminhou para a coordenação da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB) suas considerações acerca da proposta de acordo para a implemen-tação do ponto.
Uma das grandes bandeiras da AFBNB nesse ano foi, sem dúvida, a luta contra o assédio moral. Em março, durante a 33ª Reunião do Conselho de Representantes (RCR), a Associação lançou uma campanha contra o assédio moral intitulada “Quem faz o BNB merece respeito”. A campanha foi amplamente aceita pelos representantes e fortemente divulgada nas agências do Banco, através de visitas dos diretores, e nos meios de comunicação da entidade. O diretor de Comunicação e Cultura da AFBNB, Dorisval de Lima, entende que a luta contra o assédio engloba também a luta contra a falta de transparência no Banco, as nomeações e comissio-namentos sem critérios, a falta de isonomia, entre outras. “A luta pelo fim do assédio moral é o arcabouço, o grande guar-dião de todas as outras lutas que nos preocupam”, sentencia Lima.
No que diz respeito à campanha salarial, a Associação participou de forma bastante ativa, através das negociações específicas, da produção de informes, atos de mobilização e acompanhamento no período da greve. Durante esta, a AFBNB reafirmou importantes bandeiras de luta, como a negociação das perdas passadas do BNB, cuja defasagem hoje é de 59,21%; a revisão do Plano de Cargos e Remuneração (PCR); a implantação do novo Plano de Funções em Comissão (PFC); a isonomia de benefícios e direitos entre todos os funcionários do BNB; o retorno da licença-prêmio; a transparência nos processos de concorrência, comissionamento e transferência no Banco; o fim do assédio moral e da extrapolação da jornada de trabalho; e a quitação do passivo trabalhista.
Vários representantes e funcionários de um modo geral elogiaram a atuação da AFBNB nesta campanha salarial, destacando que a entidade contribuiu sobremaneira para o sucesso do movimento grevista no BNB, que arrancou o melhor acordo desde 2003. Ainda durante o ano, a entidade realizou visitas a agências de diversos estados nordestinos (AL, BA, CE, PE) para discutir com os funcionários temas de seu interesse, da Associação e do Banco, colhendo sugestões, denúncias e demandas.
Fazendo uma análise da atuação da entidade em 2008, o diretor Alberto Ubirajara destaca o trabalho positivo em defesa do Banco e da região, bem como as campanhas contra o assédio moral e a salarial. Ubirajara, que é também diretor do Sindicato dos Bancários de Pernambuco (SEEB-PE), afirma que a AFBNB agiu com tal força e protagonismo, que em muitas ocasiões tomou iniciativas que seriam, em tese, papel dos sindicatos. |