No último dia 3 de novembro, Itaú e Unibanco anunciaram a conclusão de um processo de fusão que criou o maior banco brasileiro e um dos maiores do mundo em valor de mercado, com o equivalente a US$ 51,09 bilhões. Em ativos, a nova instituição soma R$ 575,1 bilhões, tornando-se a 14ª maior do ranking global. Com a megafusão, o Banco do Brasil (BB) já demonstrou que não medirá esforços para reconquistar a liderança no mercado bancário nacional e deve acelerar a compra da Nossa Caixa, Banco de Brasília (BRB) e Banco do Estado do Piauí (BEP). Outras “oportunidades de negócios” também estão sendo analisadas.
A operação envolvendo o Unibanco e o Itaú reavivou dentro do Banco do Brasil a sua aspiração de incorporar a Caixa Econômica Federal, proposta que tem forte reação contrária naquela instituição. Vale destacar que, no ano passado, quando o BB iniciou sua ofensiva para incorporar bancos públicos, também foi aventada a hipótese de absorver, além da Caixa, o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia.
Para a AFBNB, a fusão de bancos não pode repercutir negativamente no País. A questão não é estar contra o Banco do Brasil, mas a favor das regiões menos favorecidas, Norte e Nordeste, defendendo interesses que vão além da competição por mercado e por lucro, o que passa pelo fortalecimento das instituições que têm como missão o desenvolvimento regional.
BB, CEF, BNB e BASA têm em comum o fato de serem bancos públicos. A missão de cada um, entretanto, é diferenciada. Para que as ameaças de incorporação dos bancos regionais pelo BB não se concretizem, é preciso a intervenção de todos: sociedade, entidades de classe e do próprio Banco. O BNB tem mais de meio século de experiências bem sucedidas na região e não pode ficar à mercê dos interesses do capital e/ou políticos.
A AFBNB continua vigilante e entende que intensificando suas ações institu-cionais contribui para o fortalecimento do Banco do Nordeste. As bandeiras que a Associação tem defendido nesse sentido são de aumento do capital social do BNB e expansão de sua rede de agências; mobilização com parlamentares por alterações na PEC da reforma tributária; e a constante luta pela valorização dos trabalhadores do Banco.
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