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11/08/2008

Nossa Voz - Você conhece a estratégia de gestão do BNB?

Banco do Nordeste deve focar sua atuação no desenvolvimento

O Programa Estratégico 2008-2011 do Banco do Nordeste contemplou a revisão da missão, visão, diretrizes, objetivos estratégicos, estratégias e projetos estratégicos da Instituição, “assumindo metas ainda mais desafiadoras no sentido de alavancar a ação do Banco visando ao desenvolvimento da Região Nordeste e demais áreas de sua atuação”. Tal Programa, no entanto, foi divulgado sem o devido detalhamento. E, até o presente momento, a Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB) não teve acesso ao real impacto dessas mudanças para o funcionalismo ou para a região Nordeste.

Há que se ressaltar que a razão de existência do BNB é o combate às desigualdades regionais, que ainda perduram. O foco da atuação do Banco, portanto, é o desenvolvimento. Dessa forma, é preciso avaliar se seus direcionamentos, processos e estratégias condizem com esta finalidade. E essa preocupação deve ser compartilhada não apenas pelos funcionários da Instituição, mas por toda a sociedade nordestina.

A incursão do Banco do Nordeste na área comercial, por exemplo, não significaria um prejuízo se fosse encarado como elemento complementar. O problema é que o Banco, cada vez mais, pauta suas metas pela lógica de mercado. Como banco de desenvolvimento, seu objetivo é gerar o desenvolvimento. E o desenvolvimento deve ser avaliado pelos impactos socioeconômicos da ação do Banco: se a Instituição ajuda a gerar emprego, renda, organização dos micro e pequenos produtores, capacitação, inovações tecnológicas etc. As metas podem estar ligadas ao resultado financeiro, mas como componente de uma meta mais global, que é a de desenvolvimento do Nordeste.

“Nós nos interrogamos como o BNB orienta suas ações estratégicas para se alinhar aos objetivos de programas importante para a região, a exemplo do  PAC [Plano de Aceleração do Crescimento] e do Programa Territórios da Cidadania”, questiona o presidente da AFBNB, José Frota de Medeiros.

Outra questão apontada por Medeiros como fundamental e que continua sendo deixada de lado pelo BNB é o fortalecimento da ação dos agentes de desenvolvimento. Seu papel junto aos micro e pequenos agentes produtivos deve ser de articulação, repasse de conhecimento aplicado e direcionado à realização do empreendimento produtivo, que quase sempre carece de melhor organização.

Outra crítica diz respeito ao inchaço da Direção Geral (Dirge), em detrimento das agências, que continuam trabalhando com um número de funcionários aquém da necessidade. O resultado é a extrapolação da jornada de trabalho. “Isto é alvo de inúmeras reclamações do funcionalismo, coletadas pela AFBNB durante as visitas às unidades”, informa o diretor administrativo da entidade, Assis Araújo.

A AFBNB também questiona a falta de articulação insti-tucional do Banco do Nordeste diante das várias ameaças que se colocam no cenário atual. A já anunciada incursão do Banco do Brasil na área de Desenvolvimento Regional Sustentável, com a veiculação do interesse da instituição em incorporar o BNB, é um dos exemplos. A própria reforma tributária, que traz em seu bojo elementos que podem resultar no enfraquecimento do Banco, não despertou posicionamentos mais enérgicos da Instituição.  “São interrogações que ficam porque o BNB não informa em que plataforma está o tratamento destas questões”, reclama Medeiros.
O presidente da AFBNB reafirma que o Banco do Nordeste, para se consolidar, precisa crescer. Além do aumento do capital social da Instituição e ampliação do número de agências, Medeiros ressalta a necessidade do investimento em tecnologia da informação. “É preciso modernizar os processos. Nesse quesito, o Banco tem se distanciado dos demais bancos nos últimos 16 anos”, afirma.

A AFBNB defende a democratização e o controle social do BNB através do assento, no Conselho de Administração, de representantes do funcionalismo e da sociedade civil. Da mesma forma, enfatiza a necessidade do retorno do Diretor Representante dos Funcionários, extinto em 1995. “O Banco precisa encarar o desafio que a democracia exige, que é discutir suas metas e aplicações com a sociedade nordestina”, defende o diretor administrativo da AFBNB, Assis Araújo.

A AFBNB procurou as áreas responsáveis do Banco para obter informações detalhadas sobre as mudanças em seu planejamento estratégico e estrutura organizacional, mas os dados não foram cedidos. A Associação continua aberta ao debate sobre as principais questões que envolvem o tema.

Além da aplicação do crédito
Para a Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB), dentro da visão do processo de desenvolvimento sustentável, o Banco do Nordeste deve efetuar ajustes em sua estrutura institucional com o objetivo de avançar em outras frentes, que não estritamente a aplicação do crédito. Dessa forma, a partir da criação de um conglomerado estatal, o BNB poderia definir suas estratégias em conjunto com as outras empresas estatais. “Isso exigiria do Banco um setor de planejamento mais reforçado, podendo associar isso ao Etene [Escritório Técnico de Estudos do Nordeste]”, aponta Atenágoras Duarte, doutor em Economia e membro do Conselho Técnico da AFBNB.

A idéia seria criar seções do Etene em todos os Estados ou, pelo menos, em Recife e Salvador. “Isto porque só é possível fazer um detalhamento mais condizente com a realidade econômica do estado, da região, se conhecermos essa região de forma mais profunda”, explica Duarte.

 

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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