Vamos, todos nós, fazer o 2008 de nossas histórias!
José Alci Lacerda*
Sempre que acaba um ano, é grande a expectativa para o ano seguinte. Há frustrações, necessidades não atendidas, às vezes uma enorme distância entre aquilo que imaginávamos conseguir e o que foi realizado. Para uns, a realidade de não obter o desejado provoca revolta, sentimento de derrota, especialmente se a pessoa participa, mais de perto, da vida política do país. Mas, ao mesmo tempo, alimenta o desejo da busca da ação concreta.
Para outros, a insatisfação permeia as conversas paralelas, alimenta o burburinho dos corredores, por vezes impossibilitando-nos de “levantar da cadeira”. Mas este sentimento fica, de igual forma, registrado no consciente e nos auxilia nos processos seguintes.
Mas talvez todos nós possamos fazer o 2008 de nossas histórias se conseguirmos transformar os nossos sentimentos individuais, em emoção e ação coletiva.
O ano de 2007 foi muito importante para todos nós, para a AFBNB, para o País? É claro! Houve recuos? Frustrações? Ameaças institucionais? Assédio Moral? Salário não compatível com a nossa responsabilidade de banco de desenvolvimento? Falta de diálogo da Diretoria do Banco com a AFBNB? Pouca participação da grande maioria dos funcionários do Passaré? Trabalho gratuito dos funcionários do BNB? Sim! Mas também houve realização de eventos para discussão do desenvolvimento regional; cumprimento de Agenda Institucional; luta pela reintegração dos demitidos do BNB e pela isonomia de direitos entre os funcionários de bancos públicos; tentativa de reorganização da luta pelo desenvolvimento da Região; luta pelo fortalecimento e maior atuação das nossas entidades representativas; combate à corrupção e à violência no País; apoio aos movimentos sociais; maior organização para o fortalecimento dos representantes da AFBNB; melhorias no processo de comunicação da entidade; luta por nossa representação no Conselho de Administração do Banco e Diretoria; participação expressiva nos processos eleitorais das entidades coligadas e representativas...
Talvez todos nós possamos fazer o 2008 de nossas histórias se conseguirmos apoiar, efetivamente, por meio da negociação, da luta e, principalmente, da participação, a implantação da democracia e da ética na política, em todos os níveis no nosso país, em especial, no BNB. Todos nós, quando projetamos e analisamos um ano que está chegando, fazemos um balanço do ano que está terminando e das grandes questões que nos mobilizam. Uma entidade que congrega um conjunto de trabalhadores também o faz. 2007 passou e 2008 aponta para grandes embates. Primeiro, no contexto institucional, uma das questões principais é a Reforma tributária e os ataques ao FNE e, por conseqüência, ao BNB. No centro desta questão está o desenvolvimento regional e grandes temas, como recursos hídricos e a transposição do rio S. Francisco.
Em segundo lugar estão as questões corporativas para as quais o Banco não encontra solução, e que remete ao governo federal. Não podemos mais ficar à mercê do DEST, órgão do Ministério da Fazenda responsável pelo controle das estatais. Merecemos e exigimos respeito. Ou mudamos isto ou corremos o risco de não termos mais dignidade para nos mantermos de pé.
O resultado de tudo, todos nós sabemos, depende de esforço, de conhecimento e do coletivo. As coisas estão relacionadas, as inter-relações é que mobilizam e engendram soluções, respaldadas pela mobilização e pela luta. E a ação que leva à solução tem como seu maior componente a participação política.
Assim, talvez, todos nós possamos fazer o 2008 de nossas histórias se fizermos, deste próximo ano, o ano do debate, da articulação político-institucional, da formação política, do pensar coletivo, da mobilização, da apresentação de propostas de ação concreta, da argumentação e do embate democrático.
* José Alci Lacerda é diretor de Ações Institucionais da AFBNB
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