Este ano, diante das ameaças de incorporação do Banco do Nordeste ao Banco do Brasil e de compartilhamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), a Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB) priorizou, como estratégia fundamental de sua atuação, o fortalecimento do Banco. Para isto, buscou interlocução com o presidente do BNB e seu Gabinete, mobilizou todo o corpo funcional e centrou esforços nas reuniões com os parlamentares da Bancada Nordestina, em Brasília.
Para as discussões com os parlamentares, a AFBNB levou propostas concretas, a exemplo do aumento do capital social do BNB e ampliação de sua rede de agências. Para o presidente da AFBNB, José Frota de Medeiros, o aumento do capital social é fundamental para que o Banco se ajuste ao regulamento e requisitos pruden-ciais do Acordo de Basiléia II. “O Banco está chegando ao limite de aplicações recomendado pelo Basiléia II, que permite a alavancagem de até dez vezes o seu patrimônio líquido”, alerta Medeiros. Já a ampliação da rede de agências irá proporcionar maior capilari-dade do BNB na Região.
A AFBNB também propõe um maior aporte, sob a coordenação do BNB, dos Fundos Setoriais de Ciência e Tecnolo-gia no Nordeste, visando o aperfeiçoamento da pesquisa na Região. De acordo com Medeiros, o fundo movimenta cerca de R$ 1 bilhão/ano no País – sendo a maior parte investida no sul. “O Nordeste perde por falta de projetos e estímulos. Cerca de R$ 300 milhões deveriam vir para cá, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento do setor tecnológico e científico da Região”, afirma o presidente da AFBNB.
Outra proposta da AFBNB é a redução das taxas de juros do FNE, para que o BNB tenha condições de competitividade de financiamento a longo prazo. “O spread do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) hoje é mais competitivo que o do BNB – o que pode ameaçar a capacidade do mercado de crédito na linha praticada pelo Banco”, destaca Medeiros. Sobre este assunto, o presidente do BNB, Roberto Smith, admitiu à imprensa no dia 11 de dezembro que estuda a possibilidade de reduzir as taxas de juros das linhas de crédito do Banco, para torná-las competitivas com as oferecidas pelo BNDES.
A luta pela efetivação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) é outra bandeira da AFBNB. “A Sudene foi boicotada. Precisamos mobilizar toda a sociedade para pressionar nossos parlamentares. A Sudene é importante para coordenar o desenvolvimento da Região”, ressalta o presidente da AFBNB.
Entidade amplia foco nas ações institucionais
Desde a elaboração do projeto de articulação político-institucional, em abril deste ano, a AFBNB vem desenvolvendo um conjunto de ações progressivas, envolvendo as casas legis-lativas dos estados do Nordeste, sociedade civil, representantes da AFBNB e associados com o objetivo de possibilitar uma discussão ampla sobre o desenvolvimento do Nordeste.
Com isso, foi iniciada uma agenda institucional em Brasília e outras capitais, que prevê visitas mensais a parlamentares da bancada nordestina, aos ministérios ligados à questão regional, a movimentos sociais e entidades de trabalhadores, além do acompanhamento constante de eventos e ações ligados à questão regional. “Nosso intuito é ampliar o debate sobre desenvolvimento regional, democratizando o conhecimento e a participação da sociedade nordestina no encaminhamento das questões e nas decisões políticas sobre o Nordeste”, destaca o diretor de Ações Institucionais da AFBNB, José Alci Lacerda.
Estas ações também prevêem o acompanhamento de projetos de lei de interesse do BNB, de seu corpo funcional e do Nordeste, e a ampliação do debate em torno da publicação “Por um Nordeste Melhor – proposta de estratégias de desenvolvimento regional”.
Tais ações, conforme desta o diretor de Ações Institucionais da AFBNB, José Alci Lacerda, “são desenvolvidas no sentido da Associação se firmar cada vez mais como referência na Região e no País, ao que se refere à questão regional e à mobi-lização político-social”. |