É fácil compreender a diferença entre um banco de desenvolvimento e um banco comercial. Enquanto o primeiro trabalha pela redução das desigualdades sociais e impulsiona o crescimento das regiões em que atua, o segundo só visa à ampliação de seus lucros e possuem interesses privados. Diante dessas diferenças e especificidades, os bancos de desenvolvimento devem ser objeto de atenção especial do governo e da sociedade, para que cumpram efetivamente sua missão e sejam fortalecidos. Mas isto ainda não é prioridade na atual agenda governamental. Prova disto foi a implementação, em 2006, de um Plano de Cargos e Remuneração (PCR) não condizente com o BNB.
Dentre outros problemas, o PCR implantado apresenta uma curva salarial dos cargos bastante rebaixada, não atribuindo valores compatíveis com um banco de desenvolvimento. Vinculado ao mercado, o Plano não valoriza nem protege os funcionários, deixando-os à mercê dos dirigentes da ocasião, pois como toda lógica da política salarial dos bancos privados, despreza os cargos e prioriza as comissões.
A AFBNB defende uma reformulação do PCR, a fim de que o Plano estimule os funcionários a permanecerem na Instituição. Para isto, o Plano deveria garantir, de fato, uma melhoria no padrão salarial do funcionalismo. Como já exposto pela Associação em manifesto, é um risco para o futuro do BNB um PCR com as distorções que se apresentam - o que pode levar a uma desvalorização do seu quadro de pessoal. “Diante dessa realidade, a AFBNB defende o aumento do salário base, que teria impacto sobre todos os níveis de carreira. Para as funções, queremos valores adequados à atividade desempenhada pelo funcionário e compatíveis com a responsabilidade assumida”, ressalta o diretor de Comunicação e Cultura da AFBNB, Dorisval de Lima.
É importante destacar que as atividades próprias de banco de desenvolvimento implicam em funcionários especia-lizados, motivados e comprometidos com a causa nordestina, por isso a importância da valorização dos quadros técnicos do BNB para o fortalecimento da Instituição. Atualmente, as discussões sobre a revisão do PCR estão no âmbito da mesa de negociação permanente. Quanto à implantação do novo Plano de Funções, o Banco se comprometeu a apresentar uma proposta finalizada até o final deste ano.
A AFBNB vai continuar lutando pelo aperfeiçoamento do Plano de Cargos e Remuneração e pela implementação do Plano de Funções, ambos condizentes com a responsabilidade, as atribuições do servidor e a missão desenvolvimentista do BNB.
Funcionários clamam por transparência
A transparência nos processos internos do Banco é outra grande demanda do funcionalismo. A AFBNB defende que comis-sionamentos, transferências e concorrências devem ter critérios amplamente divulgados. “As estratégias da Instituição também deveriam ser discutidas com os funcionários”, aponta o diretor Administrativo da AFBNB, Assis Araújo.
A Associação sempre defendeu a criação de um sistema que disponibilize todas as informações referentes aos processos internos ao conjunto dos funcionários. “Isto não pode ficar restrito apenas aos gestores, aos superintendentes”, critica o diretor.
Outra preocupação do funcionalismo é a transparência diante das nomeações de gestores para o Banco. Por isso a AFBNB elaborou, este ano, o documento “Que gestores o BNB merece?”, como contribuição para o perfil dos gestores do Banco do Nordeste. O documento aponta características técnicas, políticas e humanas dos pretensos novos administradores do Banco, diante da relevância de sua missão institucional. Alguns requisitos são reputação ilibada, competência e experiência técnica, conhecimento das questões econômicas e sociais do Nordeste, tradição de gestão transparente e ética.
Dessa forma, a AFBNB defende o fim das nomeações políticas dos gestores, a fim de prevenir o envolvimento do Banco em casos alheios à sua vontade. Vale destacar que a transparência e democratização de todos os processos internos do BNB contribuirão, sobremaneira, para o fortalecimento da Instituição. |