Mesa única para os bancos públicos federais, obrigando o governo a negociar com os trabalhadores. Esta foi uma das principais bandeiras de luta da AFBNB nesta campanha salarial. A Diretoria da entidade também defendeu um mecanismo de reposição das perdas salariais a partir do Plano Real; isonomia entre funcionários; fim do trabalho gratuito (extrapolação da jornada sem o devido pagamento); implantação do plano de previdência complementar para os novos funcionários; fim do assédio moral; eleição do diretor representante dos funcionários e valorização do funcionalismo, dentre outros pontos.
Através de seus diretores, a AFBNB participou de diversos fóruns de discussão da campanha salarial, a exemplo de encontros, congressos, conferências e assembléias. Como entidade membro da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, a AFBNB esteve em todas as rodadas de negociação. Os informes sistemáticos ao funcionalismo, através dos boletins via e-mail e notícias no site, garantiram que a base tomasse conhecimento das ações e da análise da Associação diante do processo negocial. A AFBNB também centralizou informações sobre manifestações, retardo de abertura de agências e paralisações. Tudo isto visando contribuir para a mobilização dos funcionários do BNB.
No entanto, a responsabilidade de decidir sobre os rumos da Campanha Salarial continua sendo dos próprios empregados. E a instância deliberativa para isto são as assembléias. Nesse contexto, cabe aos sindicatos o dever de ir ao encontro da base e convocar amplamente a categoria para garantir uma discussão rica e democrática, além de mobilizar e estimular os trabalhadores a não aceitar de forma pacífica uma proposta não satisfatória. “Infelizmente, na maioria dos Estados, a greve no BNB não foi trabalhada, enquanto Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal caminhavam nesta perspectiva”, avalia o diretor de Comunicação e Cultura da AFBNB, Dorisval de Lima.
A idéia de colocar em prática mecanismos consagrados no movimento sindical, como a greve, não deve ser descartada diante da intransigência do Banco. O funcionalismo do BNB já foi protagonista de greves históricas e não pode baixar a cabeça diante de ameaças de descomissionamento ou corte de ponto - nem se deixar convencer por argumentos falaciosos contra o poder de pressão das paralisações. Outras formas de mobilização, como as operações tartaruga e o retardo na abertura de agências, também são válidas quando o objetivo é demonstrar a insatisfação quanto à não valorização do corpo funcional por parte do Banco. Por isso, a AFBNB se solidarizou, no último dia 17, com os trabalhadores do BNB em alguns estados que, contrariando a orientação “oficial” da coordenação da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, ousaram cruzar os braços e lutar pelos seus direitos.
Até o fechamento desta edição do NOSSA VOZ, o acordo ainda não havia sido fechado integralmente entre o BNB e a Comissão Nacional, sendo antecipadas apenas as cláusulas econômicas. Confira alguns pontos já acertados nas últimas negociações: - O Banco se comprometeu a apresentar a proposta finalizada do Plano de Funções até o final deste ano. A partir dessa apresentação, se iniciará o processo de discussão com as entidades representativas do funcionalismo. - O novo plano de previdência da Capef para os novos funcionários e “descapefados” (Plano de Contribuição Variável - CV) já se encontra no DEST. A discussão agora está em torno do limite de contribuição do Banco para o Plano CV. - O Plano de Custeio da Camed, assim como o Fundo Especial de Custeio à Saúde foram remetidos para o novo GT Camed a ser criado. - O Banco garantiu o adiantamento das férias a todos os funcionários, inclusive os novos; a manutenção das cinco folgas anuais sem a proibição da conversão em pecúnia e concessão da 13ª cesta, além da proposta de recomposição de dívidas. - Serão discutidas, em mesa permanente, as questões referentes à democratização da Capef; função de risco; comissões; Diretor Representante; Plano de Funções e Revisão do PCR.
A AFBNB reitera o convite a todos os funcionários do Banco do Nordeste a acreditarem no seu próprio poder de mobilização e conquista. E ressalta que é preciso participar das decisões conjuntas da categoria, a fim de legitimar o processo de construção das mudanças que queremos. Afinal, a campanha salarial chegou ao fim, mas muitos desafios permanecem.
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