Criado aos 19 de julho de 1952, através da Lei nº 1649, o BNB foi concebido com uma missão e um objetivo bem definidos: a de banco de fomento e desenvolvimento, habilitado a atuar, ao mesmo tempo, como banco rural, banco industrial e de investimentos e banco comercial; e com a finalidade de, juntamente com outros órgãos regionais, enfrentar a questão econômico-social das profundas desigualdades na distribuição de renda. Assim, o BNB tornou-se uma Instituição singular na estrutura administrativa do País.
No cumprimento dessa missão e desse objetivo, o BNB soube sempre aliar essa operacionalidade financeira múltipla com o estudo do problema nordestino como seu suporte básico, através do seu Departamento de Estudos Econômicos (ETENE), revigorado, mais tarde, pela própria SUDENE. Tudo isso, a par da valorização sempre crescente do seu capital humano.
Entretanto, isso não tem sido fácil de ser cumprido ao longo do tempo, em virtude da influência de forças crônicas e contrárias à redução das desigualdades regionais em nosso País, que têm, periodicamente, procurado provocar o esvaziamento financeiro dessa Instituição. Não custa lembrar o que, infelizmente, ocorreu a partir 1990, e, com maior intensidade, no tucanato de FHC (1995-2002), sob a presidência servil do Sr. Byron Queiroz, o qual, além de preparar o Banco para uma possível privatização, tornou-se o maior carrasco do seu corpo funcional, inclusive aposentados.
Nada obstante, mais uma batalha foi vencida e, hoje, o BNB, com as mudanças ocorridas no rumo político do País a partir das eleições de 2002, voltou a perseguir seu caminho originário, dentro do que preceitua a Constituição Federal em seu Art. 3º, Inciso III: “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades regionais”. Tanto que, de uma insignificante aplicação de R$ 254,2 milhões no FNE, em 2002, o Banco atingiu o elevado valor de R$ 7,3 bilhões em 2006, numa prova inconteste da retomada do seu papel de banco de desenvolvimento regional. Em quatro anos, foram injetados quase R$ 20 bilhões em sua vasta área de atuação, dos quais cerca de 14,4 bilhões a longo prazo, assim distribuídos: setor rural, 51%; setor industrial, 21%; infra-estrutura, 15% e comércio, 13%.
Os desafios atuais para sua maior e melhor expansão, segundo nos parece e dentre outros, são: a sua urgente capitalização, a fim de que possa crescer ainda mais e se fortalecer, vez que, como sabemos, os recursos do FNE já estão praticamente comprometidos, e há necessidade de se buscar novas fontes de recursos; o incremento que se faz ainda mais necessário na área das Micros e Pequenas Empresas (MPEs) e para com as pessoas físicas, a fim de poder se firmar também como banco comercial no grande mercado bancário brasileiro; um mais rápido e moderno avanço tecnológico, sobretudo em suas áreas operacionais e de serviços; uma maior valorização e capacitação de seu quadro funcional, como elemento básico e fundamental para seu crescimento e desenvolvimento.
Mas, é claro, os anseios são muitos com relação ao Banco que desejamos e queremos. Nesse sentido, é que todos nós precisamos batalhar para que um dia, e de forma mais concreta, o BNB: a) Financie projetos em condições adequadas às características ambientais de cada área e às condições de pagamento do tomador de crédito; b) atenda, com equidade, as diversas sub-áreas, vez que o desenvolvimento deve ser geral, equilibrado e descentralizado; c) tenha sua ação integrada com os planos de desenvolvimento federal, regionais, estaduais e municipais, capazes de lhes dar o necessário suporte creditício.
Assim é que vemos, de um modo geral, o nosso BNB nos seus 55 anos de criação, na certeza de que ele foi e é o responsável pelo crescimento do Brasil e, sobretudo, do Nordeste brasileiro, pelo que merece todo o nosso respeito e luta para que ele nunca venha a ser extinto, privatizado ou absorvido por quem quer que seja, mas que continue firme e forte na perseguição do crescimento e desenvolvimento regional e da maneira como nós o queremos.
Edson Braga Presidente da Associação dos Aposentados do BNB |