Fale Conosco       Acesse seu E-mail
 
Versão para impressão Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Aumentar tamanho das letras


12/02/2007

Nossa Voz - PAC: uma luz no fim do túnel?

Excelência funcional depende da valorização, isonomia e formação do trabalhador

Excelência funcional depende da valorização,
isonomia e formação do trabalhador

Wagner Fernandes Jacinto
Diretor suplente da AFBNB, lotado na ag. Quixeramobim-CE

O Banco do Nordeste do Brasil sempre foi reconhecido pelo seu principal capital: o corpo funcional. Durante suas décadas de existência, o BNB foi responsável pela formação de expressivos quadros dirigentes e técnicos que auxiliaram no desenvolvimento do Nordeste. Desses quadros, inúmeros se tornaram dirigentes de outras instituições, presidentes de outros bancos, ministros etc. Quantos colegas não dizem com orgulho que pertenceram aos quadros do antigo Curso de Habilitação Bancária (CHB)? Muitos, apesar de já terem se aposentado, mantêm o mesmo sentimento de compromisso com o desenvolvimento desde os seus primeiros dias de banco.

Ao longo dessa história, os funcionários do BNB demonstraram que trabalhar num banco de desenvolvimento não é somente disponibilizar recursos através do crédito, muito menos trabalhar de acordo com as regras excludentes do mercado financeiro. É, antes de tudo, incentivar o desenvolvimento econômico e social através da estruturação regional de ações que visem a distribuição de riquezas, o fortalecimento da cidadania e a emancipação das classes mais oprimidas. Nesse sentido, o funcionário do BNB se tornou um “militante do desenvolvimento”, um desbravador de desafios, independente de qual cargo ou função que exerça no banco.

Porém, nas últimas décadas, a pressão do neoliberalismo, as “mudanças” com a chamada Globalização, tentam impor cada vez mais às instituições de desenvolvimento um caráter de mercado, “competitivo” e lucrativo. Nesse contexto, tenta-se impor também um novo perfil ao funcionalismo: cobrança de metas de curto prazo, priorização de números em detrimento de ações, desvalorização de novos funcionários, implementação de Planos de carreira excludentes (como o PCR), diminuição de custos na formação de novos quadros etc. Todas essas medidas, que parecem inofensivas a curto prazo, refletem diretamente na situação do perfil do quadro funcional. Não é de se estranhar a enorme dificuldade que temos na questão técnica, causado pela desvalorização e falta de técnicos de campo. O corte de 200 agentes de desenvolvimento e a indefinição da atuação da função enfraquecem uma das mais nobres funções das instituições desenvolvimentistas do país.

Manter e resgatar a excelência da história do funcionalismo do BNB, buscar aliar o conhecimento técnico-bancário e o sentimento desenvolvimentista no quadro funcional passa pela sua valorização. Não continuaremos com a tradição de formar um excelente quadro bancário se não mantivermos a isonomia funcional, remuneração justa, formação e capacitações constantes. Exigir do funcionário do BNB um perfil adequado às normas de mercado, longe de um ponto de vista desenvolvimentista, é trazer o quadro funcional para as rédeas do mercado, colocando em risco a própria existência e missão institucional do banco.

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
Versão para impressão Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Aumentar tamanho das letras
 

Colunas

Versão em PDF

Edições Anteriores

Clique aqui para visualizar todas as edições do Nossa Voz
 

Rua Nossa Senhora dos Remédios, 85
Benfica • Fortaleza/CE CEP • 60.020-120

www.igenio.com.br