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12/02/2007

Nossa Voz - PAC: uma luz no fim do túnel?

Palavras de um Conselheiro

Palavras de um Conselheiro

Os novos funcionários do Banco do Nordeste não conhecem Felipe Fialho Neto, mas já devem ter ouvido falar dele. Foi na sua gestão, como primeiro presidente da AFBNB, que a Associação travou uma de suas batalhas históricas, em Brasília, para que o BNB voltasse a ter recursos estáveis. O resultado deste esforço foi a criação, em agosto de 1988, do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).

Fialho retorna à Associação como presidente do Conselho Fiscal, ao lado de outros competentes profissionais, eleitos no último pleito para o biênio 2007/2008. Como funcionário do BNB, Felipe Fialho trabalhou no câmbio e na análise de crédito. Hoje, aposentado desde 1990, advoga - e muitos de seus clientes são funcionários aposentados do BNB, o que o mantém sempre em contato com a instituição na qual trabalhou por quase três décadas. Confira o que Felipe Fialho pensa dos seguintes temas:

Desafios para a AFBNB

Acho que a AFBNB deve ter um papel muito importante numa nova luta pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), pela reforma da lei, compatibilizando-a e adequando-a às características da Região. A lei atual é altamente rentista, preocupando-se com o resultado financeiro. O FNE são taxas; se o sujeito atrasa tem comissão permanência, que é um absurdo. Então acho que precisa mudar a lei para acabar com esse juro exagerado, possibilitar ao BNB usar o próprio dinheiro do FNE para custear o acompanhamento das atividades da Região e possibilitar um seguro. O seguro do agricultor depende do prefeito! Porque existe o seguro-safra que envolve a Prefeitura, o Estado e o Banco. Se o prefeito estiver inadimplente, o agricultor não recebe o seguro. Por que o seguro não é contratual? Por que o próprio FNE não é o seguro?

Outra luta que a AFBNB deve encampar é a BR 020, que não é só até Canindé, mas Fortaleza-Brasília. Foi a estrada projetada na época da construção de Brasília, mas fizeram somente alguns trechos. Ao meu ver, é fundamental para o Nordeste, pois atende toda a Região. Com ela, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais ficarão mais perto. Essa é uma luta política que a AFBNB pode encampar: uma conquista nem tanto para o Banco, mas para a Região. Então a Associação teria abertura com os prefeitos, engajaria o pessoal das agências do BNB localizadas ao longo da estrada... É uma luta que vale a pena: é política e social.

Conselho Fiscal

A atribuição do Conselho Fiscal é fiscalizar as atividades financeiras, as contas da entidade. Basicamente é isso. A AFBNB vai elaborar seu plano de trabalho para o ano, as ações, detalhar tudo, e isso tem um custo. Então, para isso precisa de um orçamento. Não é que esse orçamento tenha que ser seguido rigidamente, mas deve servir para nortear. Nós temos que dar satisfação para os associados, desenvolver as ações e apresentar os balanços.

Lutas antigas

O problema da equiparação com os funcionários do Banco do Brasil foi a segunda grande luta travada pela AFBNB após seu surgimento. Naquela época, se fez um acordo com o BNB, que previa equiparação inclusive de função e comissão. Nós saímos da AFBNB no final de 1988, mas o Banco não implementou a equiparação – não pôde ou não quis, não sei qual a razão. Eu entendo que esse projeto de lei [PL 6259/2005, que prevê isonomia entre os funcionários dos bancos públicos federais admitidos após 1995] é para possibilitar a regularização desse dinheiro que está aí hoje. Porque o problema não é o montante do dinheiro, é como se chegou a ele: se aquele acordo tivesse sido cumprido, não haveria esses quase 20 anos de acúmulo. O problema é que o banco, apesar do ganho na Constituinte (com o FNE), passou por um processo difícil. Quantos anos nós tivemos de Byron Queiroz [presidente do BNB de 1995 a fevereiro de 2003], deses-truturando o Banco? Eu lembro uma vez que a agência Centro de Fortaleza cancelou 15 mil contas de pessoas físicas. Hoje todo mundo está atrás de conta. O Bradesco agarra você no meio da rua para abrir uma! E o BNB jogou fora as oportunidades que ele tinha. Então o que ocorre? Não pôde cumprir? Eu não tenho informações seguras sobre porque o banco não cumpriu, mas eu acho que poderia. Acho que esse PL é justamente para possibilitar o cumprimento desse acordo, feito antes.

O BNB

Eu acho que o BNB deve ter mais gente no campo, visitando as pessoas, acompanhando tudo, porque o Banco é antes de tudo um banco social. Eu costumo até dizer, brincando com o pessoal do banco: olha, se eu fosse diretor do BNB, o pessoal que fosse trabalhar com crédito rural ia ter que passar três meses na roça, no interior, para poder vivenciar aquilo e só então poder trabalhar.

Um pouco de história

Quando a AFBNB começou, o BNB queria ceder um espaço dentro de suas instalações, com telefone e estrutura, mas nós decidimos que era importante para a Associação ter independência em relação ao banco. Começamos a funcionar de forma muito precária. Então veio a Constituinte e o engajamento da AFBNB na luta pela sobrevivência do Banco, que estava esvaziado de recursos e com a obrigação de atender a região. Começou a luta pelo FNE e a AFBNB contou com a ajuda e a compreensão de muita gente. Tivemos o apoio de Virgílio Távora [ex-governador do Ceará, na época, senador], que era da direita, mas ele já estava doente naquele tempo e eu acho que ele quis deixar alguma coisa para o Nordeste e ele fez tudo pelo FNE. Agora, entre os parlamentares, quem mais nos ajudou foi Mauro Benevides, que era vice-presidente da Constituinte. Ele colocou o gabinete da vice-presidência à disposição da AFBNB, com toda infra-estrutura. Muita gente nos ajudou naquele momento histórico.

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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