Futuro do BNB: queremos mais que nomes
A reeleição de um gestor não significa a permanência de uma equipe. Foi assim com o Governo Lula e, conseqüentemente, deverá ser com as instituições públicas federais. O que se busca com as mudanças é aperfeiçoar os processos, é ajustar ou reajustar a dinâmica do trabalho. No âmbito do executivo federal, o presidente Lula deverá anunciar, muito em breve, os titulares para as pastas ministeriais, assim como indicar gestores para os órgãos públicos.
Sabemos e defendemos que as indicações tenham um viés político, porque acreditamos que as políticas públicas devem estar minimamente alinhadas a um mesmo projeto, devem trabalhar sob os mesmos paradigmas e percorrer caminhos que levem à mesma direção. No entanto, defendemos que tão importante quanto o alinhamento político seja o caráter técnico das nomeações.
É por isso que, diante da possível sucessão no BNB, a AFBNB não defende nomes, mas sim perfis, dada a grande missão institucional de um banco de desenvolvimento, a exemplo do BNB. No perfil que consideramos ideal, listamos características que vão além do viés técnico ou político, agregando características humanas.
Defendemos gestores que, antes de tudo, sejam honestos e encarem com seriedade a gestão pública; que sejam de reconhecida idoneidade moral; que tenham a ética como princípio fundamental de suas ações; que tenham conhecimento acumulado e competência técnica nos temas trabalhados pelo Banco; que preferencialmente sejam funcionários de carreira; que conheçam as necessidades e potencialidades da região e faça sua relação com o país e o mundo; que consigam transitar entre os públicos com os quais trabalha – a começar pelos funcionários – de maneira respeitosa e que seja um facilitador de processos no Banco, estimulando e promovendo formas democráticas de participação, respeitando as competências e sendo intolerante a toda e qualquer prática que desqualifique o ser humano em suas relações de trabalho.
Assim como defendemos um perfil para os níveis de gestão, defendemos que o corpo funcional seja igualmente ético, interessado pelas questões regionais e que se identifique com a luta pelo fim das desigualdades. Funcionários conscientes, que lutem por seus direitos, que reconheçam o valor da organização e da mobilização em prol dos interesses comuns, que participem dos movimentos sociais e cobrem das entidades representativas que se pautem por suas demandas. Com isso, teremos um BNB mais forte e capaz de enfrentar novos desafios. Um BNB que corresponda, cada vez mais, com aos anseios e necessidades do povo nordestino. |