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08/11/2006

Nossa Voz - Balanço de uma gestão

Pela transformação do País

Pela transformação do País

A atual diretoria da AFBNB, eleita para o biênio 2005-2006, já está chegando ao fim de seu mandato. O período foi marcado por diversas frentes de luta em defesa do BNB, de seu funcionalismo e da Região Nordeste. Para falar sobre as vitórias obtidas e o que ainda não foi concretizado, conversamos com o presidente da Associação, José Frota de Medeiros.

Medeiros é especialista de Planejamento do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE). É mestre em Economia, pela UFC; pós-graduado em Engenharia Industrial (Tóquio, Japão), em Planejamento Regional (Unido/UnB), em Elaboração e Análise de Projetos (Fundação Getúlio Vargas) e Altas Finanças Corporativas (Universidade de Minas Gerais). 

Nossa Voz – Após quase dois anos de gestão, qual a avaliação geral que você faz desse período em que esteve à frente da atual Diretoria?

José Frota de Medeiros – Houve uma intensa participação da AFBNB, através de ações no sentido de defender tanto os interesses corporativos dos funcionários do Banco quanto os interesses institucionais, porque sabemos que depois da eleição do Lula se desenhou um processo de transformação das estruturas vigentes do país e esse processo talvez não termine daqui a uma década. Isso coloca o problema do Nordeste, da distribuição de renda, de instituições que possam  realmente apoiar o desenvolvimento do Nordeste. Então, a preocupação da AFBNB foi, durante esse processo de transformação que nós acompanhamos – a Sudene, a reforma do setor financeiro, a ausência de um plano de desenvolvimento – buscar reverter o que influía negativamente e apoiar o que representava avanços para a sociedade nordestina.
Nesse sentido, a AFBNB esteve atenta a todos os passos e ao conjunto de ações e decisões de políticas de curto e longo prazos, que poderiam influenciar no destino do Nordeste. Então nós tivemos, com especial atenção, a luta pela reconstrução da Sudene, cujo projeto de lei trouxe estranhamente em seu bojo alguns artigos que prejudicavam o Banco do Nordeste enquanto instituição de desenvolvimento. Nesse contexto, nós tivemos uma participação intensa com relação à discussão da necessidade de uma instituição historicamente comprovada na sua eficácia e eficiência para o desenvolvimento do Nordeste e que estava sendo questionada pelos senadores, principalmente aqueles da oposição. Depois de uma articulação bem sucedida, nós tivemos uma reformulação daqueles artigos que prejudicavam o BNB e a própria Região, porque se no bojo do projeto da Sudene – que hoje é essencial para o Nordeste – viesse um BNB esvaziado, também seria uma Sudene esvaziada. Por isso nós lutamos e tivemos realmente êxito.

O que poderia ter sido feito, mas não foi concretizado?

Uma articulação para uma nova conscientização, para a formação de uma corrente, um movimento político a favor do desenvolvimento do Nordeste. Nós sabemos que hoje, na pauta da economia nacional, praticamente não existe o problema regional. E também o problema regional é completamente ausente da pauta de discussão da academia do sul do país e também das nossas políticas. Isso é muito ruim, porque temos problemas ainda muito profundos com relação especificamente à região Nordeste. Por causa do tempo realmente – dois anos é pouco para se fazer uma conscientização ampla. Nós sabemos que a criação da Sudene veio de um bojo de 1952 em que se clamavam medidas para minorar os efeitos da seca na região, e de 2004 para cá nós tentamos, através da nossa articulação institucional, através do nosso Conselho Técnico, fazer realmente essa sensibilização, dentro e fora da Região. Por exemplo, nós estivemos recentemente na PUC do Rio de Janeiro, tentando mostrar que o desenvolvimento da região Nordeste faz parte e está inserido em todo o processo do desenvolvimento do Brasil. Por que isso? Porque em todas as partes do mundo hoje, principalmente nessa época de integração das economias nacionais, os programas regionais são colocados como condição sine qua non para que haja uma integração harmônica e não haja ponto de estrangulamento na dinâmica econômica desses blocos econômicos. Então, para nós, o que deveríamos ter conseguido – que ainda é uma eterna perseguição – é essa idéia de sensibilizar todas as forças produtivas, as forças vivas da política e da economia política do Nordeste, para que nós tenhamos um plano nacional de desenvolvimento econômico e, inserido nesse contexto, um plano de desenvolvimento regional.
Um outro ponto que também não conseguimos, mas devemos retomar a discussão, é um Plano de Cargos e Salários que remunere, com dignidade, o funcionário do Banco do Nordeste na sua missão de promover o desenvolvimento da Região. O atual PCR já traz reflexos muito inquietantes com relação ao comportamento dos novos quadros que estão sendo incorporados ao funcionalismo do BNB. Muitos estão realmente como que em transição, para retomar em definitivo sua carreira em outros órgãos, porque o Banco do Nordeste não está oferecendo condições de permanência desses quadros.

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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