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21/09/2006

Nossa Voz - 30ª RCR da AFBNB: Ética, Política e Desenvolvimento Regional

Ética, Política e Desenvolvimento Regional

Cláudio Ferreira Lima - Economista

Ética e Política, sob os mais variados e imaginativos enfoques, é tema atualmente em plena ordem do dia. E não poderia, nem deveria, ser diferente em ano eleitoral.

Sobre o assunto, não vamos gastar grego nem latim em etimologias. Maquiavel, com a frase famosa, segundo a qual, na política, “os fins justificam os meios”, já pôs o dedo na ferida da humanidade. E assim sabemos exatamente do que estamos falando.

Ora, tudo funciona como uma dialética de meios e fins. O ideal é que não houvesse contradição entre os dois, e de modo tal que os meios seriam tão nobres e sublimes quanto os fins por eles buscados, sempre em favor do mais elevado bem comum. Que as coisas como elas são coincidissem, portanto, com as coisas como desejamos que elas fossem.

Mas o que de fato ocorre? Nada como a história para nos ensinar sobre a nossa humana lida. E ela mostra que a política não tem sido outra coisa senão a luta pela conquista e manutenção do poder, em que se manda às favas tudo o que, por mais sagrado que seja, atravesse no meio do caminho desse intento.

E onde entra desenvolvimento regional nessa história? Para nos situar no momento atual, ele tem sido um dos fins que sempre consta dos planos de governo dos candidatos em campanha. E, como não se concretiza – ou, se o faz, o é em pouca intensidade, restrito e não sustentável – tem funcionado muito mais como meio para se ganhar as eleições. Há, pois, uma distância entre o que os candidatos dizem na campanha, uma fala sob medida para ir ao encontro dos anseios do eleitor, e o que eles, depois de eleitos, fazem, guiados agora pelos interesses das forças que os apoiaram na conquista do poder.

Mas como desejamos que fosse o desenvolvimento regional? Que cada região do País tenha um papel ativo no desenvolvimento nacional, e que este, por sua vez, seja ancorado na integração sul-americana e inserido soberanamente no cenário internacional. Ocorre, porém, que, para ir-se adiante em tal empreitada, a nossa história só nos autorizaria isso na condição em que os eleitores, em vez de massa de manobra para instalar grupos no poder, passassem a valorizar o voto, a fim de  eles próprios “governarem” com os eleitos. E parece que essa consciência já começa a aflorar na Pátria neste instante. E o dito poderá ir-se aproximando do feito.

Para concluir, poderia ficar com Luís de Araújo, autor de “A ética como pensar fundamental”: “(...) entendemos que entre o Poder e a ‘Virtude’ deve estabelecer-se uma permanente e firme harmonia e aliança, com vista a que a Política e a Ética, em recíproca comunicação, tendam para um mesmo fim – a construção do Humanismo”. Mas prefiro Vicente de Carvalho, afirmando, quanto à ética na política, que, tal como a felicidade vista pelo poeta: “Existe, sim: mas nós não a alcançamos / Porque está sempre apenas onde a pomos / E nunca a pomos onde nós estamos”.

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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