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29/06/2006

Nossa Voz - AFBNB reafirma rejeição ao PCR

PCR: Que futuro? Onde chegar?

As relações de trabalho tipo fordista estão morrendo. Nascem outras, ainda mais tecnocráticas, sofisticadas, informatizadas. Nelas, a força de trabalho (e o valor do ser humano) é mais uma vez redefinida: não é tanto sua força física que importa, mas sua inteligência, seu conhecimento, suas capacidades e atributos mentais. Isso sem ressaltar que, contudo, essa redefinição se dá sem qualquer mudança no plano ético: antes e hoje tanto a mercadoria “força física” como a mercadoria “inteligência” são exploradas. No campo da atividade bancária, com maior permanência, prevalecem os atributos do conhecimento como base de qualificação e valorização da força do trabalho, exigíveis pelo capital financeiro que lida com o crédito e, portanto, com mais riscos que outras atividades setoriais do sistema de mercado.

Assim, em se tratando de um banco com características de um banco de desenvolvimento, com evidente visão estratégica, não é equivocado apontar atributos adicionais com visão para além da visão imediatista dos bancos privados: um projeto de Nação.

O Banco do Nordeste do Brasil, como banco regional, surgiu de uma realidade política que priorizava um projeto de nação. Da consciência de que a dinâmica econômica do nosso país seria comprometida com um Nordeste deprimido. Exigia força de trabalho com dedicação, aspiração, conhecimento e criatividade.

Portanto, o Plano de Cargos e Remuneração (PCR) do BNB deveria contemplar essa essenciabilidade de sua força de trabalho, tendo na base de seu encarreiramento a inspiração e lógica de um projeto de desenvolvimento regional. Tendo, como fio condutor, a lógica da política de recursos humanos dos bancos privados (o “mercado” de trabalho financeiro) os estrategistas do PCR/BNB promoveram um redirecionamento de 180 graus da razão desenvolvimentista: a prevalência das funções de gestão sobre os cargos técnicos, tendo casos da relação função/cargo ultrapassar a marca de cinco. Por outro lado, este plano contém uma curva rebaixada, numa relação entre os valores do cargo inicial (onde estamos começando) que não alcança o índice 2! Ressalte-se um salário inicial arrochado! Este arrocho se revela ainda mais claramente quando se simula o enquadramento de um funcionário do Plano de Cargos anterior no PCR. Surge uma figura soturna, a Verba de Caráter Pessoal (VCP), maior denúncia de um plano que significará o maior arrocho salarial da história do Banco! Esta verba foi fruto do plano de arrocho do funcionalismo público, gestado nos laboratórios oficiais da era FHC.

Imaginem, a última greve dos funcionários e professores das universidades federais tinha como uma reivindicação maior “a incorporação do valor do VCP nos cargos básicos” implantado na era FHC, como uma estratégia de destruir as instituições do Estado e torná-lo mínimo para a sociedade, máximo para o capital. É lamentável que quadros bem intencionados do Banco ainda estejam pescando inspirações neoliberais para orientar planos estratégicos que marcarão o futuro de nossa instituição. Trata-se de um inaceitável equívoco. Quem planeja assumir um plano econômico para a região Nordeste que prioriza o crescimento econômico, o pleno emprego, a redistribuição de renda e, em última análise, pré-requisito básico, um banco de desenvolvimento regional forte, certamente não aceitará este PCR, pois por aí não chegaremos ao lugar onde queremos: um Nordeste desenvolvido, com um bem estar material e espiritual para sua gente.

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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