BNB: Presente e futuro
É com preocupação que a AFBNB vê o futuro do Banco do Nordeste no que se refere às condições necessárias ao cumprimento de sua honrosa missão, tendo em vista o que se observa presentemente em parcela expressiva de seus servidores. Sabemos que é grande o número de funcionários, inclusive entre os que ocupam cargos de gestão e funções técnicas, que atingirão o tempo mínimo necessário para aposentadoria nos próximos 6 anos. Isto significa que boa parte dos recursos humanos atuais do BNB poderá não integrar mais os seus quadros nos anos vindouros.
Por outro lado, é passível de se constatar uma elevação significativa na rotatividade dos quadros mais recentes, observando-se, inclusive, ser grande o número de funcionários com graduação ou pós-graduação que buscam novas alternativas no mercado, principalmente via concursos públicos. Isto significa que boa parte dos novos quadros humanos com melhores condições de ocupar cargos de gestão e funções técnicas que requerem maturidade e experiência também deixará a instituição nos próximos anos.
Preocupa-nos, pois, qual será o impacto no BNB deste presumível vácuo de recursos humanos de melhor qualificação. Afinal, sabe-se que são as pessoas os principais pilares de qualquer organização, principalmente em um Banco de Desenvolvimento como o BNB, que tem obrigação de pensar mais profundo e enxergar mais longe a realidade de sua área de atuação, visando modificá-la favoravelmente através da concepção e implementação de adequadas políticas de desenvolvimento. Sendo o principal agente financeiro do Governo Federal no Nordeste, desnecessário se faz discutir a sua importância.
Cabe lembrar que, quando falamos do Banco do Nordeste do Brasil, estamos falando na realidade de uma instituição com ativos de R$ 12,5 bilhões aplicados somente nos 3 últimos exercícios. Portanto, estamos nos referindo a uma entidade de porte com capacidade de influir e mudar a realidade de toda uma região do Brasil. Assim, urge pensar o BNB grande e forte, não apenas na pujança de seu capital financeiro, mas também e, sobretudo, em outra mola mestra de seus ativos: o seu capital humano presente e futuro.
É por isso que a AFBNB, à luz das preocupações expostas, defende um Plano de Cargos e Remuneração voltado para a valorização do funcionalismo como principal fator para o fortalecimento da missão do BNB, de seu papel e de sua importância como Banco de Desenvolvimento. O PCR que está para ser implementado está muito aquém da necessidade, da potencialidade e dos reais interesses do Banco e de seu funcionalismo, pois privilegia as funções de gestão em prejuízo dos cargos técnicos, configurando-se numa lógica privatista. Neste aspecto, não podemos ter uma visão estreita. É preciso pensar no presente e no futuro. Do BNB e de todos nós, nordestinos. |