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09/05/2006

Nossa Voz - Raio-X na Camed: Conheça as medidas que deverão equilibrar a Caixa de Assistência

Diretoria da Camed apresenta medidas para equilibrar planos Natural e Família

Os planos de auto-gestão, de um modo geral, vêm passando por dificuldades financeiras. Na Camed Saúde não é diferente. O custeio médico, ligado às inovações tecnológicas no mundo da medicina, sofre aumentos muito superiores aos reajustes dos planos de saúde, cuja receita está atrelada à contribuição que incide sobre o salário dos associados. A conseqüência são sucessivos déficits a cada ano. Se a situação não for resolvida, o problema tende a se agravar.

O Plano Natural da Camed é um exemplo disso. Em 2004, o déficit do Plano chegaria à cifra de R$ 3,5 milhões. Entretanto, o Plano terminou o ano com superávit graças ao aporte de recursos advindos do acordo com a Capef, referente ao pagamento dos aposentados. Em 2005, o Plano deu um déficit de R$ 874 mil. Não fosse também o extra da Capef, o prejuízo seria de R$ 2,4 milhões. “Quando você avalia o Plano em termos de equilíbrio para o futuro, você tem que considerar aquilo que é próprio dele gerar – e não aquilo que é extra e não vai existir mais. Como em 2006 não tem mais acordo da Capef, isso nos preocupa”, explica o diretor executivo da Camed, José Barbosa de Farias.

Na tentativa de sanar, ou pelo menos diminuir, o déficit sobretudo do Plano Natural e corrigir distorções no processo de contribuição, algumas medidas deverão ser adotadas pela Camed. Elas foram apontadas pelo GT Camed e estão sendo discutidas com as entidades representativas dos funcionários (AFBNB, AABNB e CNFBNB).

Pelo Estatuto da Camed, a contribuição do Banco e do associado é paritária, cada um participando com 1,5% sobre a remuneração de ativos e aposentados. Na prática, no entanto, o associado da Camed paga mais que o Banco, já que sobre determinados procedimentos incide uma taxa de 25% – referente à participação financeira. Para tentar remediar o problema, ainda na administração passada, a diretoria do BNB aprovou o chamado “aporte extra” de recursos para a Camed, que nada mais é do que uma tentativa de complementar a parte do Banco para chegar perto da paridade. A partir de agora, entretanto, esse aporte será oficializado, sendo destinado mensalmente a partir de cálculo feito pela Camed. João Robério, presidente da Camed, explica: “Para cada real que o associado pagar de todas essas verbas, o Banco está se comprometendo em fazer a paridade de 1 para 1”.

Outra medida visando o equilíbrio do Plano Natural é o reajuste da taxa cobrada por dependente – já bastante defasada em relação a outros planos de auto-gestão. Pela tabela atual, o funcionário paga por um dependente na faixa de 0 a 17 anos, o valor de R$ 12,04. Pela nova tabela esse valor passará para R$ 22,29. Quem tem mais de 65 anos paga R$ 28,00. Pela nova tabela, passará a pagar R$ 51,00.

Além disso, a taxa de proteção financeira, antes no valor de R$ 5,00, passará para R$10,00 por dependente. A taxa compõe um fundo que garante que despesas anuais acima de R$ 2.500,00 sejam cobertas pela Camed. Considerando que em determinados eventos o associado paga 25% de participação financeira, o valor poderá ser alto dependendo do procedimento. Com o limite de endividamento por dependente/ano (proteção financeira), o associado só desembolsa até R$ 2.500,00 em relação aos valores que teria que pagar. A novidade é que o teto por dependente será baixado, atendendo a pedido das entidades representantivas dos funcionários: de R$ 2.500,00 para R$ 1.500,00.

Outra medida, exigência da Agência Nacional de Saúde (ANS) já autorizada pelo Banco do Nordeste, é a criação de uma empresa subsidiária para gerir o Plano de Mercado (veja nota na página 04). A criação dessa empresa beneficia diretamente a Camed Saúde, já que o seu lucro será revertido para cobrir os déficits dos planos Natural e Família.

O reajuste também está previsto na tabela dos dependentes do Plano Família, que apresentou um déficit de R$ 3,8 milhões em 2005. Pela nova tabela, quem está na primeira faixa (0 a 18 anos) pagará R$ 65,00, e quem estiver na última – a partir de 58 anos – R$ 395,00. Para se ter uma idéia sobre a defasagem dos valores, na Caixa de Assistência Médica dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), o valor da primeira faixa é de R$ 143,36 e o da última, R$ 860,06.

A previsão é implementar as medidas ainda em maio, mas somente após reunião com as entidades representativas do funcionalismo. Com os ajustes nos planos Natural e Família, a Camed vai receber uma injeção de receita de aproximadamente R$ 1 milhão ao mês. Mesmo assim, haverá déficit. “Nós não vamos equilibrar o Plano Natural com essas medidas – ele vai continuar deficitário, mas em um patamar suportável pela Camed. Mas nós vamos buscar lucro no mercado para cobrir esse déficit, estimado em R$ 1,5 milhão”, afirma João Robério. “Estamos gerindo um plano que é nosso. E ele precisa estar equilibrado, caso contrário essa conta acabará tendo que ser paga por nós mesmos”, concluiu.
Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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