Fale Conosco       Acesse seu E-mail
 
Versão para impressão Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Aumentar tamanho das letras


22/12/2005

Nossa Voz - Retrospectiva 2005

Um Projeto para o Nordeste

Um Projeto para o Nordeste

O Conselho Técnico da AFBNB foi criado em maio de 1993, com a finalidade de produzir trabalhos de cunho técnico-científico para abordar questões relativas ao BNB, CAMED, CAPEF  e BNB Clubes. Mas o Conselho ampliou sua atuação. Coordenado pela economista Cleide Bernal, iniciou, em fevereiro de 1994, a elaboração de um projeto para o Nordeste e para o BNB: o Projeto Nordeste Cidadania.

O Projeto contou com a assessoria técnica dos economistas Aécio Oliveira e Roberto Smith e do sociólogo Manoel Domingos de Oliveira, então professores da Universidade Federal do Ceará. O trabalho apresentou um novo perfil para a atuação do BNB na Região e uma nova estratégia de desenvolvimento regional que buscasse capacitar a Região a superar o histórico atraso em relação aos centros mais desenvolvidos do País.

Neste ano, a Diretoria da AFBNB reativou os trabalhos do Conselho Técnico, com o objetivo de elaborar um novo projeto de desenvolvimento para o Nordeste. Para falar sobre o assunto, o Nossa Voz convidou o presidente da AFBNB, José Frota de Medeiros. Graduado em Engenharia e mestre em economia, Medeiros é técnico do ETENE.

Nossa Voz – Por que a Diretoria da AFBNB decidiu reativar o Conselho Técnico?

Medeiros – O Conselho Técnico tem como objetivo realizar estudos e ser instrumento auxiliar para o cumprimento dos objetivos da AFBNB, que é a luta em defesa do Banco do Nordeste, da nossa Região e das instituições de desenvolvimento regional do país. Tivemos muitos anos de hiato; havia a necessidade de retomar esses estudos. Então o nosso propósito é realizar projetos de médio e longo prazo visando dar contribuição à sociedade nordestina, ao Banco do Nordeste, às instituições de desenvolvimento regional e até ao próprio Governo da República, no sentido de fornecer elementos que nós achamos essenciais para o desenvolvimento integrado do Nordeste. A equipe técnica não vai tratar apenas das políticas macroeco-nômicas, mas pode fazer análise de conjuntura política, pode fazer análise também dos programas das instituições de desenvolvimento regional – no sentido de dar contribuição para as discussões e pôr luz às questões básicas do Nordeste, como o semi-árido, as obras no Rio São Francisco, a refinaria, a Transnordestina...

O Conselho já possui um corpo formado?

Sim. Há membros que não são permanentes e outros convidados. Eu, o Atenágoras Duarte [da CENOP Recife], o Adriano Sarquis [do ETENE], o José Alci [diretor da AFBNB] e o Pedro Hudson [aposentado, ex-diretor da AFBNB] somos do corpo permanente. O Conselho está sob a coordenação da AFBNB e pretende ser permanente. Ele não será só de um projeto,  mas um observatório permanente.
 
Qual será o primeiro projeto apresentado pelo Conselho?

Será o que chamamos, preliminarmente, de "Um Projeto para o Nordeste". O documento trará dados atualizados com todos os condicionantes da economia, os problemas sociais e, ao mesmo tempo, tentará equacionar os problemas que existem na sociedade nordestina. Sempre no sentido de apontar soluções para as dificuldades que nós temos. Nesse projeto, nossa preocupação central de estudo vai ser a economia do semi-árido. Nós achamos que a grande batalha pela redenção do Nordeste será a batalha pelo semi-árido. Isto porque o semi-árido está em todas as partes do Nordeste – inclusive nas áreas urbanas, através do êxodo rural, que provoca a exclusão social, a pobreza e o inchamento das cidades. Para se ter uma idéia, são cerca de 22 milhões de nordestinos que vivem à beira da pobreza absoluta.
 
Qual a previsão de entrega do projeto?

No momento, nós estamos consolidando a primeira fase do projeto e finalizando todo o cronograma de execução. A previsão é que o documento seja lançado na próxima Reunião do Conselho de Representantes da AFBNB, em março. E o nosso objetivo é entregá-lo a todos os candidatos à Presidência da República.

O senhor poderia nos adiantar alguma proposição do projeto?

Nesse estudo, a gente procura colocar a necessidade de duas reformas fundamentais, não só para a Região Nordeste, mas para o Brasil: a Reforma Política e a Reforma Econômica. Isto porque o núcleo fundamental estruturante de toda a sociedade é a economia; depois vem a política - que é sua irmã siamesa. Então tem que haver uma reestruturação tanto nos sistemas políticos brasileiros como na estrutura econômica. O nosso projeto vai demonstrar também que sem um projeto de nação não haverá projetos regionais de desenvolvimento econômico. Nós temos que ter uma mobilização de todas as forças sociais do Brasil no sentido de conscientizá-los que com suas energias eles podem construir uma região integrada a um país integrado na economia internacional, mas com soberania nacional. Esse é um dos pilares da nossa orientação. Mas para isso tem de haver a mobilização das forças sociais. Além disso, esse projeto transformador tem que empolgar a classe política, para que seja implementado. E tem que ser transformador senão  nós vamos ficar eternamente nessa sociedade cada vez mais excludente.

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
Versão para impressão Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Aumentar tamanho das letras
 

Colunas

Versão em PDF

Edições Anteriores

Clique aqui para visualizar todas as edições do Nossa Voz
 

Rua Nossa Senhora dos Remédios, 85
Benfica • Fortaleza/CE CEP • 60.020-120

www.igenio.com.br