Todo processo de crédito rural começa com a avaliação dos Técnicos de Campo. É responsabilidade deles emitir parecer técnico para a contratação de projetos rurais e agro-industriais, avaliar os bens que são dados como garantia ao Banco em troca do crédito e, após a liberação dos valores, vistoriar o imóvel quanto à aplicação dos recursos. A importância do trabalho desempenhado por estes funcionários, no entanto, não tem o devido reconhecimento por parte do Banco. Eles pleiteiam formalmente, desde outubro de 2003, melhoria no valor da comissão, jornada compatível com a função, aumento do número de técnicos, dentre outros pontos.
“Dentro da estrutura de comissões, a nossa é a menor de todas”, aponta o funcionário Pedro Antônio da Rocha, que exerce a função de Técnico de Campo há 22 anos, atualmente em Petrolina (PE). Ele acrescenta que a responsabilidade destes profissionais é maior, já que a eles cabe a aprovação ou indeferimento dos projetos – decisão que tomam individualmente, ao contrário dos demais processos de crédito do Banco, que contam com comitês.
A jornada de 6 horas também é considerada incompatível para a função, já que o trabalho é externo e os imóveis a serem vistoriados ultrapassam, em alguns casos, os 100 km, chegando até os 180 km. O número de funcionários é apontado como insuficiente e muitas agências contam com vagas não preenchidas. Outro ponto levantado como fundamental é a necessidade do notebook. “Isso ajudaria na eficiência e rapidez na conclusão dos relatórios; poucos técnicos têm acesso a este equipamento”, afirma Cláudio Patrocínio, técnico de campo da agência de Januária (MG).
De acordo com a Superintende de Desenvolvimento Humano do BNB, Zilana Ribeiro, a comissão dos Técnicos de Campo será melhorada com o novo Plano de Funções – cujos valores ainda não foram divulgados. Sobre a jornada, explica que o Banco vai discutir o assunto junto com as entidades através de um grupo paritário. “Quanto ao número de técnicos, há o esforço do BNB para suprir a estrutura existente e preencher as vagas”, afirma a Superintendente.
A Diretoria da AFBNB vai acompanhar de perto a questão dos Técnicos de Campo, cobrando do Banco respostas concretas às reivindicações dos funcionários. |