O PCR proposto pelo Banco garante os benefícios esperados?
Manoel evangelista Neto - diretor da AFBNB
Os valores definidos no Plano de Carreira e Remuneração do BNB, conforme Tabela de Vencimentos dos Cargos, já amplamente divulgada, não comporta a atual Remuneração Base de grande parte do corpo funcional, e por isto foi criado uma rubrica, de caráter pessoal, chamada de VC-VCP (Vencimento do Cargo – Verba de Caráter Pessoal).
Diante da necessidade de criação deste artifício, concluímos que, atualmente, um significado contingente de funcionários são remunerados com valores muito acima da proposta a ser implantada. Realmente estamos ganhando muito?
Caso a resposta à pergunta acima seja negativa, a implantação do PCR ora em discussão será extremamente danosa ao BNB, pois, além de não corrigir as distorções atuais, tira-lhe a possibilidade de renovação de seus quadros com o grau de competência exigido por uma Instituição responsável pela promoção do Desenvolvimento de uma Região carente como o nosso Nordeste.
Efetuando-se simulações dos proventos dos atuais servidores, depois de inseridos no PCR, concluímos que não haverá praticamente nenhum ganho imediato de salário, ocorrendo apenas um fracionamento da Remuneração Base nas parcelas que compõem a nova Remuneração Funcional, quais sejam, Vencimento de Cargo - VC e, Vencimento de Cargo - Verba de Caráter Pessoal (VC-VCP).
Portanto, se para o quadro atual resta apenas o retorno das promoções, com um acréscimo de somente 4% entre elas, a situação é ainda mais preocupante para novos funcionários, que terão como base salarial apenas o VC. Tomando-se como exemplo o cargo de Analista Bancário, cujo vencimento inicial, AB1, é de apenas R$ 957,33 (novecentos e cinqüenta e três reais e trinta e três centavos), conforme tabela atual, projetando-se para o futuro, teremos após 10 anos, considerando todas as promoções possíveis, um VC de R$ 1.164,75, (um mil cento e sessenta e quatro reais e setenta e cinco centavos) no cargo AB6.
Com esta remuneração, extremamente pequena, voltamos à questão anteriormente levantada: como atrair profissionais para dar segmento ao desafio de desenvolver o Nordeste, premissa básica do BNB?
Estaremos na total dependência de funções em comissão, com o perigo que isto representa, pois, a depender do gestor da hora, os critérios para o exercício das funções nem sempre atendem a melhor prática de transparência e critério das aptidões para a ocupação de posições comissionadas.
Diante dos vários questionamentos aqui suscitados, que entre outros, motivaram a rejeição do PCR por quase todas assembléias, estranhamos que as “entidades representativas dos funcionários”, conforme está na cartilha editada pelo Banco, tenham proposto apenas a incorporação da Gratificação Mensal (GM) às demais rubricas salariais, como se trocar seis por meia dúzia representasse uma mudança.
Finalizando, somos inteiramente favoráveis à implantação de um novo Plano de Carreira no BNB, para que se restabeleçam critérios justos e transparentes, legalidade e possibilidade de crescimento, mais acima de tudo, que garanta ao nosso Banco cumprir a sua honrosa missão, e para isto é fundamental a existência de um quadro de funcionários preparados e conscientes da sua nobre função. |