Agentes de Desenvolvimento reivindicam autonomia
Mesmo após a conclusão do processo que selecionou cerca de 200 Agentes de Desenvolvimento para permaneceram na função, a AFBNB continua acompanhando a situação deste grupo de funcionários – inclusive os ex-agentes que assumiram gerências de suporte a negócios (GSN) e os que ainda não foram aproveitados em outras funções.
O novo papel dos Agentes vinha sendo discutido desde antes do processo de seleção. Com o novo programa, outro direcionamento foi dado para a atuação dos Agentes. Agora, eles trabalham com aglomerados produtivos dentro do território, cooperando para a estruturação econômica de cada aglomerado. Dessa forma, eles contribuem com o processo de articulação e organização dos produtores, de modo a fortalecer a economia local e gerar negócios. Algumas mudanças, no entanto, são alvo de críticas destes funcionários.
Uma das principais queixas diz respeito ao PRONAF, que agora passa a ser operado somente pelos gerentes de suporte a negócios (GSN). Para muitos Agentes, a sua atuação não pode estar desvinculada do crédito. Eles reconhecem a importância de o Banco querer atuar como agente estruturador, mas reforçam a necessidade do crédito como indutor do desenvolvimento.
Na avaliação de um agente de desenvolvimento da Bahia, está faltando dinamismo e proatividade ao trabalho. "Antes, o Banco estava mais presente nos municípios, com visitas semanais dos Agentes para a aplicação do PRONAF", afirmou, ressaltando que os 450 Agentes que existiam não cobriam nem um terço dos 1.945 municípios da área de atuação do BNB. "Com o corte de 250 Agentes, uma área que era coberta por cerca de cinco Agentes agora é trabalhada por um ou dois GSNs. Com isso, o atendimento aos municípios tem uma freqüência bem menor e a aplicação do PRONAF tende a cair", completou.
A falta de dinamismo que muitos Agentes se referem também diz respeito aos contatos. Como as visitas aos municípios são menos freqüentes, estes funcionários utilizam mais a internet e o telefone. Mas para eles, o ideal seria o Banco estar mais presente.
Eles também reclamam da falta de autonomia – não só para fazer crédito, mas de ter que aguardar a sinalização da Superintendência para realizar qualquer trabalho. Causa-lhes certa inquietação e angústia passar muito tempo dentro da agência, sem fazer contatos, apenas trabalhos de pesquisa, consultas, diagnóstico. Não se sentem mais tão produtivos como antes. "Já que houve uma seleção, o Banco tem que dar confiança ao grupo. Além disso, o Banco precisa nos passar mais claramente a metodologia do trabalho e informar até onde vai a nossa ação", disse outro Agente, de Sergipe. "Estou decepcionado, pois o Banco não criou uma boa condição para o nosso trabalho", acrescentou.
Dessa forma, a AFBNB cobra um posicionamento do Banco quanto às reivindicações dos Agentes e resposta aos anseios destes funcionários no sentido de contribuir com o processo de desenvolvimento de nossa Região. Insiste também na realização de reunião solicitada à Área de Políticas de Desenvolvimento, para tratar destas e de outras questões já levantadas.
Ex-Agentes - Já os Gerentes de Suporte a Negócios (GSN) reclamam do valor da quilometragem. Eles destacam que estão exercendo a mesma atividade que os Agentes realizavam, portanto reivindicam o mesmo valor deste benefício.
Quanto aos ex-Agentes ainda não aproveitados em outras funções, a AFBNB cobra uma solução rápida do Banco, já que estes colegas deixaram de receber o valor de sua comissão há mais de um mês e estão ansiosos pela definição de seu futuro na Instituição. |