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11/02/2005 |
Nossa Voz - PCS: Presente de grego? |
PCS: Presente de grego? |
Está em processo de acabamento o Plano de Cargos e Carreiras do BNB – o tão ansiado PCR, elaborado pela alta administração do BNB. Reveste-se de importância porquanto balizará uma das principais políticas estratégicas da Instituição que terá, certamente, desdobramentos futuros: a política de recursos humanos.
A necessidade histórica do BNB foi justificada porque seria um braço do Estado brasileiro com o objetivo de contribuir para a eliminação dos desníveis econômicos regionais. Daí, teria que ser um Banco com características diferentes daquele em que somente o lucro orientasse suas atividades e negócios. Parafraseando a palavra de ordem norteadora da atual gestão, seu negócio seria o desenvolvimento.
Por se tratar de um Banco de Desenvolvimento, tem uma preocupação para além dos fins imediatos do lucro, focando num projeto de nação e desenvolvimento regional e, como corolário desta suposição, se o seu Plano de Cargos e Remuneração se assemelhasse aos dos demais bancos privados, a sua condição de Banco de Desenvolvimento não passaria de uma ficção desprovida de futuro.
Assim, um banco de desenvolvimento que, no âmbito de suas políticas estratégicas e recursos humanos não contempla o trabalho da tecnologia, das ciências econômicas, sociais e políticas aplicadas através de técnicos especializados (técnicos em Desenvolvimento), não contribuiria senão para somente apoiar projetos para suavizar chagas sociais profundas, resultantes, para o organismo econômico nacional, de um passado histórico gerador de exclusão e indignidade social. O essencial, portanto, não seria mudado (para servir de parâmetro, o BNDES, hoje o maior banco de fomento do mundo em aplicações ativas, tem em seu corpo técnico nada menos do que 45 doutores, somente em Economia).
Infelizmente, o PCR apresentado pela direção do BNB parece desconhecer este aspecto fundamental: não contempla o papel do técnico em sua devida importância. Aliás, peca também em outro aspecto fundamental: o dos salários, cuja curva aponta para uma diminuição drástica a médio prazo, com prejuízo, principalmente, para os novos funcionários e os que ingressarem no futuro.
Felizmente, dado que o processo de concepção do projeto vem sendo discutido democraticamente com a participação dos funcionários e de suas entidades representativas, alimentamos esperanças de mudanças, depurando o PCR apresentado destas limitações constrangedoras para um Banco de Desenvolvimento.
Sobre este ponto decisivo, reflexo de uma visão macroeconômica estratégica, se o PCR mantiver sua lógica de construção somente baseada no Mercado, o BNB que ainda não venceu mas que pode e deve vencer, jamais vencerá a batalha do sub-desenvolvimento.
Dado que a alta administração do Banco é uma das mais categorizadas em toda sua história de competência técnica, científica e administrativa, o principal responsável por tudo isso tem um nome: a falta de coragem política para fazer o que deve ser feito. |
Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00 |
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